sexta-feira, 26 de março de 2010

Insônia

Voltei? Sei não, mas preciso de um desabafo.

São 7:08h da manhã. Acabo de voltar de uma balada.

Fazia alguns meses que estava fora do Brasil e há um mês combinava com o Ponte Aérea de nos encontrarmos na minha chegada. Algo entre amigos. Uma tentativa.

Claro, isso me preocupava. Fiz as minhas e sabia que ele havia feito as dele, tanto que somente há 3 semanas começamos a contar sobre o que ocorria nos bastidores.

Contudo, uma coisa é saber e outra é ver...

Ontem ele me ligou. "Ragazzo, tô com um pega na tua cidade. Amanhã saímos só você e eu, mas depois ele vai junto". Eu me senti péssimo. Da última vez que nos vimos passamos a noite juntos e senti falta de consideração da parte dele. Eu estava preocupado há semanas em como seria, em como conseguiríamos manter a amizade. Fui claro: "Com ele não. Saímos os dois". No primeiro dia seria assim. Nos outros, nada combinado direito.

E lá fomos nós. Primeiro, esquenta em um boteco com um amigo em comum. Depois, balada.

Na festa, ele comentava do cara que ele tava ficando e de como tava legal. Eu, de amigão, segurando com um sorriso amarelo. Depois, ele começou uma conversa animada com um cara que conheceu no carnaval. Fiquei excluído. Tempos depois ele percebeu [bastante tempo depois] e fomos pra pista. Ele disse que ia ao banheiro e eu: "De boa, não tá dando certo. Vai e não volta aqui.". E nisso eu fiquei com um cara.

Algum tempo depois, talvez com o efeito da bebedeira passando, me dei conta do que acontecia. Disse para o cara que eu tinha que conversar com um amigo. Lá fui eu.

O Ponte Aérea dançava sozinho. Os olhos me encheram. Pouco depois ele disse que queria ir embora. Eu fui com ele. Poucas palavras no caminho. Eu disse: "Foi catastrófico, né?". Ele disse: "Foi".

Tentei abraçá-lo como amigo, fazer um cafuné. Ele disse que não curtia o toque. Foi forte para mim e fiquei triste. Ao deixá-lo, mandei uma mensagem: "Não sei o que dizer. Foi prematuro. Você tá certo. Não tá bem resolvido. Gosto um tanto de você e queria que fossemos amigos, mas tá foda. Achei que fosse ser mais fácil... juro!"

Respondeu-me uma mensagem neutra, como se tudo fosse normal. Eu fui pra casa sem sono. Gosto muito dele como pessoa, acima de tudo. Não queria magoá-lo, ainda que estivesse magoado quando nos encontramos.

Desde cedo sabia que não era para vê-lo. Algo me dizia. Mas a racionalidade sobrepões a intuição. Mundo infelizmente moderno... E com ele, um certo vazio...