sexta-feira, 12 de junho de 2009

Fiat Lux

Se a memória não ajuda na demarcação de tudo que vivemos, ao menos algumas vezes revela alguma cicatriz de alguma brasa do passado. E hoje é sobre uma dessas tatuagens naturais que quero falar um pouco.

Ao contrário de muita gente que diz que se percebeu tendo uma atração por caras desde pequeno, comigo não foi assim. A primeira vez que senti crescendo a vontade de estar junto com um cara, ainda que não fosse, a princípio, de uma maneira sexualizada, ocorreu durante o colegial.

Tinha um grande amigo, com quem a convivência era tamanha que um dia me peguei preferindo estar com ele à minha namorada. Aquilo me assustou. No dia em que me peguei fazendo sexo fantasiando-o, estremeci de vergonha. E ali, ofegante, próximo do gozo, fiat lux. Fez-se uma luz opaca, que cegou os olhos e feriu a alma. Senti-me machucado no orgulho, nas convicções. Como poderia ter aquele desejo que eu mesmo nunca gostaria de ver em um filho?

Tentava me enganar. “Não, Ragazzo, você está só querendo coisa nova. Aventura está no seu sangue. Do mesmo jeito que você curte uma mochila nas costas e dar as caras em um país desconhecido vez por outra, você também está querendo conhecer outras terras sexuais”. Outras vezes: “Não, Ragazzo, o cara é tão seu amigo que às vezes pode rolar uma confusão. É apenas excesso de intimidade”.

Na época morava em uma capital. Estávamos próximos do vestibular. Passei na melhor universidade do estado em um curso muito disputado, relativamente próximo à casa da família, mas preferi estudar em outro estado. Queria fugir de mim. Afinal, quem sabe assim não fugiria daquele sentimento novo também?

Algumas semanas antes de minha mudança, esse meu amigo chegou a mim e disse: “Ragazzo, quer saber de uma coisa? Não passei em nenhuma faculdade. Decidi. Vou mudar com você para lá. Em uma cidade menor ao menos eu vou estudar mais.” Na hora fiquei feliz, mas ao mesmo tempo apreensivo. Afinal, um dos motivos da fuga era ele. E agora me via encurralado.

Moramos juntos por 6 meses. Somente amizade. Ambos com namoradas na capital. Um mês depois, as namoradas rodaram. Afinal, a distância não ajudava. Solteiros, saíamos juntos e percebi que ele me chamava mais atenção do que qualquer garota. Nesses 6 meses, não tinha mais vontade de sair com nenhuma outra pessoa. Até que em um momento eu pensei que se não tomasse uma providência, eu estaria frito. Nunca teria coragem de fazer qualquer coisa com ele. Nem eu sabia exatamente o que queria. Aos poucos me via fora de si. Tinha alterações de humor constantes. Já não me sentia tão dono de minha vida.

Resolvi mudar. Agradeci a ele por ter vindo comigo, mas disse que eu precisava de um espaço maior para mim, que não estava muito bem. Menti que era a mudança, que sentia falta da namorada e tal. Aluguei um apartamento só para mim. Distanciei-me dele e por ora foi bom. Estava aliviado. Voltei a ter atração por garotas e creio que o que eu não tinha feito nos 6 meses anteriores, fiz em triplo nos próximos.

Quando me apaixonei por uma garota novamente, me senti no céu. Pensei: “Era só fase!”. Até que no fim do ano recebi um e-mail de meu amigo, sem entender a razão por eu ter me distanciado. Aquilo pesou. Senti-me mal pra cacete. Fomos nos ver e o fogo cresceu. O pesadelo retornou e dali a um mês arrumei uma solução paliativa. Fiquei com um cara - mas não meu amigo - para tentar entender aquilo. Afinal, ele era meu irmão. Nossa amizade era sacra e não queria fazê-lo de cobaia para algo que eu não compreendia.

Mas o resto da história fica para a próxima semana. Hoje já escrevi demais e quero aproveitar o feriadão.

37 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom o seu post cara. Até que fim encontrei alguém que reconhece como eu, que não nasceu gay (a comunidade gay, quer isso mesmo que todo mundo acredite que os gays nascem e não optaram, isso ajuda a diminuir o preconceito; mas também como reação contraria coloca as pessoas que tiveram experiências com homens mas não se sentem totalmente atraídos em uma condição de serem gays e não escolha), para mim foi praticamente a mesma coisa, cresci com brincando com os meus amigos de carrinho e esportes, não sentia nada por eles. Foi tudo normal. Mas na adolescência, comecei a ver os caras de outra forma, fiquei com 5 deles de uma maneira bem superficial, cara o sentimento foi horrível, não gostei. Hoje com 23 anos decidi que essa vida não é pra mim. Hoje tenho vários amigos, já namorei, tenho uma relação muito boa com os meus familiares, estudo e assim por diante. Acredito que nos fazemos o nosso destino e estou fazendo o meu.

Um abraço e valeu pelo post!

Unknown disse...

Eu também não nasci já olhando pro pinto do meu vizinho de berçário... E Só fui realmente sentir atração por um garoto quando eu tinha uns 14 ou 15 anos no auge dos hormônios... pois antes sempre me apaixonava por garotas...

...Eu acredito na teoria de que tem gente que jah nasce com uma preferência definida... e não muda por nada desse mundo...

... Tenho saído só com caras ultimamente, mas não descarto a possibilidade de repente gostar de alguma garota...
Mesmo que eu me case e tenha filhos... nunca que eu vou dizer como nosso amigo ae de cima que dessa fruta eu não como mais... Principalmente depois de já ter experimentado 5 VEZES....rsrsrsrs...
Abrçs

Anônimo disse...

Não desejo opiniar quanto o seu ponto de vista, mas estou aqui comentando, portanto estou opinando. Li nos últimos dias o seu blog. A grande parte de seus textos. E sinceramente, acredito que você não se aceita como você é. Acho que é isso. O peso da sociedade e suas imposições culturais, fazem você perceber o mundo completamente ao avesso. Não consiguo me identificar com você em nenhum aspecto. Não sou gay afeminado, nunca namorei e nem fiquei com um cara, não por não querer ou achar errado, foi por não ter oportunidades ainda. No entanto, compreendo perfeitamente que o fato de ser gay, é a minha identidade como ser humano, como pessoa e ser individualizado dos demais. Isso me faz particular, em meio aos demais.
Sempre ao ler o seu blog e agora ao escrever este comentário sinto algo, um sentimento estranho, uma vontade de lhe dizer, que algumas coisas que você pensa (como verdades universais) e também age são completamente automutiladoras.
Só tenho algo a lhe perguntar: você é feliz?

Anônimo disse...

And here it comes, the same feeling again... Ragazzo, preciso saber d'uma cousa: você é feliz? Abraços! Marcelo (aquele do MSN).

Anônimo disse...

Obs. Não sou o anônimo de cima e, pelo timing, não existia o comentário dele quando resolvi escrever. Parece ter mais gente preocupada com a mesma coisa!

hugo disse...

regazzo, vc ainda estava se descobrindo. Foi uma atitude normal se distanciar. Com o tempo, maturidade etc verá q a importância das coisas mudam mto, provavelmente seu amigo n se importará. Pena q parece q ele n compartilha o mesmo sentimento.

Li alguém falando q pretendia até casar e continuar ficando cm caras. taí uma opção que considero um verdadeiro asco. Casar com uma mulher, e volta e meia procurar consolo de seu desejo sexual reprimido com caras. Completamente injusto e covarde com a mulher. Eu tenho um amigo assim. Ele me fala abertamente que quer casar (uma forma de satisfação para a sociedade) e ter filhos (tudo bem, ele realmente deseja ser pai). Só que não descarta a possibilidade de sair com caras. Ele não considera traição. Eu vejo como algo pior, ele estará brincando com a vida de uma pessoa, que merece ser amada por inteiro.

Anônimo disse...

Era uma vez uma atriz que estava namorando uma mulher e aí alguém perguntou pra ela se ela era lésbica. E ela respondeu mais ou menos isso: "Não. Eu fui apaixonada por sicrano e depois fulano. Depois do fulano acabei me apaixonando pela beltrana. Por acaso a beltrana é uma mulher. Eu amo a beltrana e não mulheres."

Acho que foi o que aconteceu com você com relação ao seu amigo.

Anônimo disse...

deve ser triste ser vc.

T Jok disse...

Prefiro não opinar até a última parte do post.

Não sei o por quê mas sinto-me na necessidade em responder: Somos os "tristes-felizes", como se tivessemos uma dupla personalidade no qual uma sobrepoe a outra e não sabemos qual delas iremos alimentar.

Anônimo disse...

ragazzo: daniel na cova dos leões

to be or not to be (happy), that's the question

no mais, aguardo a conclusão da história, bom final de semana, ragazzo!

Anônimo disse...

“Mesmo que eu me case e tenha filhos... nunca que eu vou dizer como nosso amigo ae de cima que dessa fruta eu não como mais... Principalmente depois de já ter experimentado 5 VEZES....rsrsrsrs...”

Cara que bom que vc não dirá a mesma coisa que eu, acho isso normal, somos diferentes mesmo, eu faço a minha vida e vc faz a sua. Não vejo nenhum problema nas suas escolhas.

Gente afinal o que é felicidade, relembro vcs que felicidade é um conceito subjetivo e que hoje vc pode estar feliz e amanhã não. Se aceitar gay ou se assumir gay não traz felicidade p´ra ninguém, há muita água na vida para dizer que tais atitudes determinaram à felicidade.

Anônimo disse...

Up! para Tonny em especial.

Alex o anônimo da primeira mensagem.

Anônimo disse...

Sabia que viria algum comentário do tipo "defina felicidade"!

É uma pergunta muito simples: "você é feliz?". Admite duas respostas: "sim" ou "não". Se quiser se justificar, aí sim, você pode passar pela sua definição de "felicidade"; o que não vale é negar a possibilidade de resposta, dizendo que o conceito é pessoal.

Uma argumentação mais preguiçosa diria que, pelo seu próprio referencial, você pode responder - afinal, tudo passa pelo crivo da experiência subjetiva. Um esforço intelectual maior se concentraria na proposta dos universais. Como isso aqui não é uma aula de filosofia - e eu não tenho conhecimento pra levar a discussão pra esse campo -, prefiro dizer que "felicidade" e "alegria" não são a mesma coisa, embora muitas vezes sejam confundidas.

Abraços!
Marcelo (aquele do MSN).

F F H disse...

Chama a minha atenção a frequência com que vejo as pessoas perguntarem "você é feliz?" assim, com essa displicência anglófona. Felicidade é estável, por acaso? É tipo uma maratona? Chegou, ganhou, the end? Que tal um "você está feliz?"

Igualmente desleixado é perguntar isso tendo por base apenas os posts deste blog, que falam de forma bastante resumida, reduzida e, por razões de privacidade, bastante cifrada sobre parte da vida sexual de alguém. Sexualidade é somente um dos inúmeros aspectos que compõem o indivíduo. As pessoas passam por diversas outras conturbações na vida que são de importância maior ou equivalente a essa da orientação sexual e, contudo, tenho certeza que ninguém acharia pertinente perguntar "você é feliz?" só porque o indivíduo atravessa uma delas.

A gente não vive no mundo do absoluto. As situações mudam, o tempo passa, nada está escrito em pedra. Quem acha o contrário, se desespera. Lendo o que o Ragazzo escreve, é fácil ver o quanto ele está consciente disso e age com otimismo ante as mudanças pelas quais ele, os amigos, a família e a sociedade passam. Acho que o importante é isso.

A propósito, Ragazzo, ridículo esse pseudônimo. Eu mudaria.

Unknown disse...

Rs.... Hugo... foi pra mim esse comentário???? fale diretamente cara... detesto dar resposta para os outros sem ter certeza se falaram para mim...
... Mas se foi...tenho que dizer que interpretou mal... Eu Não disse que iria casar e continuar ficando com caras....

....eu disse que mesmo depois de casado com uma mulher e ter tido filhos, me separasse e me desse vontade, iria continuar saindo com caras... Sou contra a traição mas a favor da liberdade de escolha( O propaganda)...

Caco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulo César disse...

Quem diz combater o rótulo, está rotulando. Quem aparentemente prega a liberdade da opressão, quer oprimir. Não parece paradoxal?

Ragazzo, tente ser feliz à sua maneira. Não o será apenas se assumir, ou não se assumir. A felicidade é um caminho. Construído aos poucos e vivenciado justamente nesta construção. E o importante: não é um caminho solitário. Você está ligado a outras pessoas. Algumas mais, outras menos. É simplista alguém dizer: assuma e seja feliz! Ela não está na sua pele.

Dependendo do nível de opressão que o não se assumir pesa sobre você, isso pode ou não ser uma vantagem. Dependendo do nível de ligação que você tem com outras pessoas (pais, amigos, colegas de trabalho, clientes etc.)isso pode ou não ser bom.

O quanto vamos ferir ou ofender outras pessoas que não têm a cabeça preparada para aceitar pesa. O quanto avaliamos ser aceitos ou não, pesa também. O composto que é nossa "felicidade" inclui estas variáveis também.

Todos temos uma história particular. Alguns dizem que você é apenas gay (olha o rótulo!) por causa dos "causos" do blog. Ora, os causos hetero são ditos e trabalhados no trabalho, na mesa de bar, com o colega de quarto, com os amigos da escola. Aqui é o secreto mesmo. Não quer dizer que o reduza apenas ao blog.

Temos muito em comum. Viva, cara a sua história. Avalie em tudo os prós e contras e construa seu caminho. Essa busca vale a pena.

Ela é a felicidade!

Abraços a todos

Spark disse...

Eu gosto do psudônimo Ragazzo.

E vejo sempre que posso teu blog, viu?

RP disse...

ACONTECE!!!

Quem nunca teve um amigo, conhecido, primo, vizinho (sei lá) que se interessou dessa maneira e viveu exatamente as mesmas dúvidas e incertezas??? Eu tive.
De alguns eu fugi, outros eu peguei...

Nada de novo.

A ÚNICA coisa interessante deste post que me chamou atenção na sua história foi o fato do cara ter mudado a vida toda pra ficar próximo de você e você não ter sido capaz de ter sensibilidade sobre as razões dele e da sua importância na vida dele, fosse como fosse. Mas isso não é uma questão SEXUAL, é uma questão pensar em si antes de qualquer outra coisa.

Egoismo ou instinto de sobrevivência??? Chame como quiser. Não faz diferença. É mais uma coisa que simplesmente...

ACONTECE!!!!

...e é válido se te ensina algo e te faz Feliz.

Un ragazzo disse...

Pessoal, não esqueçamos de contextualizar a história. Muita coisa mudou desde o acontecido. Fazendo as contas, já se passam quase 10 anos desde o ocorrido.

A idéia é mostrar o quão foi difícil me deparar com a possibilidade de uma sexualidade diferenciada, o que foi sendo digerido com o tempo.

Me perguntam se sou feliz. Achei estranha a pergunta por dois motivos.

Primeiro, acho que a palavra "felicidade" tem sido usada de modo enlatado. Eu abriria um pensar sobre o conceito, e para mim isso recairia em filosofia. Mas notem a diferença entre pensar sobre algo buscando seu significado e se legitimar em alguns pensadores. Assim, para mim, filosofar é sempre bom. Usar de verborragia e legitimar-se em grandes nomes é ruim.

Ok, mas mesmo sem ir muito longe no assunto, faço das palavras do FFH as minha. O Caco tb apontou na mesma direção. Desde quando sexualidade e felicidade são sinônimos? No fim das contas, considero a pergunta "Você é feliz?" muita mais passional e retórica do que baseada em alguma idéia deveras refletida.

Também gostaria de frisar o que o Paulo tocou. Não é porque a maioria dos posts aqui são sobre caras que apenas curto caras. Como foi bem dito. Problemas com mulheres eu resolvo facilmente com amigos. Qdo o assunto é cara e minha atração, fico sem interlocutores para pensar junto.
Claro, tampouco digo que estão errados. Apenas ressalto que aqui no blog só são postos recortes de uma vida, que como toda vida, é muito maior.

RP, concordo que como disse parece ele mudou exclusivamente por mim. Não é verdade. Ele já conhecia a cidade e curtia ela. O que acontece é que omiti alguns fatos para preservar o anonimato. Do mesmo modo que, quando me mudei, não deixei ele a ver navios... hehe (E é por isso que somos grandes amigos até hoje). Ele já estava bem socializado, mas naquela época o q acontecia era algo novo para mim. Não sabia bem o que fazer e a fuga foi a saída. Melhor ou pior? Pouco importa, como vc bem apontou. Acontece, é parte da vida e já está feito. Qdo posto histórias como essa o que quero é compreender as ações e ver como foi meu movimento até hoje.

E com vocês, como foi quando se pegaram realmente a fim de alguém?

Por fim, mas não menos importante, Spark, o FFH diz isso do meu pseudônimo pq ainda não me escutou cochichando-o ao pé de seu ouvido com sotaque italiano caprichado... kkkkk

Abraços

Chris disse...

Caro Ragazzo e demais, parece vago, mas acho que essas coisas - a convivência, o afeto, o carinho e o desejo sexual repentino por um cara "aparecem" para nos mostrar um caminho pelo qual podemos ou devemos trilhar, porém, isso fica marcado pra sempre conosco e chego as vezes a pensar que pode até ser destino termos nascido ou adquirido esse tesão/interesse/afeto por caras. E as vezes, pensando assim, alivio o peso um pouco. Posso parecer inconformado falando assim, mas não sou - tenho certeza de uma coisa: caras são muito bons e gosto de gostar de curtir caras também. No final, acho que de certa forma, saímos no lucro por saber disso na prática. rsrs

Quanto a experiência de interesse, a minha foi assim: Na adolescência me apaixonei várias vezes por mulheres, transei com mulheres, namorei com mulheres. Mas chegou um determinado momento que de certa forma enjoei da mesma coisa e pra completar, sempre fui fascinado por bundas, só que, as que me fascinavam eram aquelas redondinhas, firmes, durinhas e sem marcas (estrias), ou seja, bunda de homem (rsrs) e comecei primeiro a olhá-las e depois desejá-las. Isso mais ou menos qdo eu tinha 18. Aos 21 tive coragem e saí com um cara que havia chegado em mim, casado (com mulher) e que me atraia. Então, aconteceu algo que nunca tinha passado pela minha cabeça - me apaixonei - por um cara. Durou 4 anos e fim.

Hoje continuo achando o corpo da mulher espetacular e de homem igualmente, embora o corpo do homem me atraia mais. Vai da vibe do momento...

Estou num dilema - um amigo q já trocamos confidências sobre experiências com caras, que vai na balada comigo, que pegou várias minas comigo, que já dividimos a mesma cama (e só dormirmos) e que já me falou "em off" que qualquer dia faríamos "alguma coisa", deu uma escapulida do armário nessa semana e todo mundo agora sabe... Pior que essa escapulida foi na minha frente e, francamente, o negócio foi tão pesado que fiquei bolado demais com ele ao ponto de não conseguir mais tratá-lo com o mesmo carinho de antes (orgulho ferido?). Final da história - Nossa turma só de "héteros" sabe dele agora, ainda tenho um certo tesão, mas não sei lidar com a situação, além do perigo do armário ser escancarado se rolar algo...

Ih... desculpem o post... acabo me confessando aqui.

Abs

RP disse...

Primeiro: "ainda não me escutou cochichando-o ao pé de seu ouvido com sotaque italiano caprichado"... gostei do ainda... hauhaua
PEGADOR!!! hauauahua

Bom, respondendo a pergunta... quando isso aconteceu comigo eu.... comi ele!!! hauhauhauh

Abraço.

T Jok disse...

UHAUHAUHAUHAUHAHAUHUAHHAUHAUHAUHAUHAHAHUAHUHAUHA

Não consegui resistir com a resposta do RP

Bom depois, com mais calma, posto como foi minha descoberta (foi literalmente uma descoberta) embora um pouco diferente dos contos de vcs.

Abraços

T Jok disse...

Era uma vez...

Um menino, com seus 8-10 anos de idade, e seu grupinho de 2 amigos. Durante o inverno rigoroso de seu país, os três amigos eram obrigados a brincar dentro de casa e sem muitas opções. Em um dia congelante, os três resolveram ver um filme. Deitados na cama e cobertos até o nariz, as crianças descobriram uma nova brincadeira: "a guerra de espadinhas" (hahah adoro essa. E desde então sempre que estavam sozinhos, brincavam com a porra da espadinha.
Meses após o primeiro acontecimento, o menino sempre que via seu tio, sentia uma "coceirinha" na espadinha e começou a se perguntar se aquilo era normal, mas continuou na dúvida por anos.
Aos 12 anos, o menino percebeu que tinha um afeto maior com um coleguinha de classe, enquanto os 2 outros amigos tinham um afeto maior com as meninas. E mais uma vez sentiu-se estranho. Até que um dia descobriu o significado da palavra Homossexualidade. O menino havia se conformado que era gay e já não tinha com quem falar,enfim, entrou no armário, e de lá nunca saiu. Durante seu colegial, mais uma peça da vida, começou a sentir-se atraído por garotas. Aqueles peitos enormes, bundas e tudo mais que uma mulher pode oferecer.

O garoto? Estava completamente confuso com aquela mistura de sentimentos.
E hoje, o garoto descobriu o enigma: Bissexualidade.

É isso ai..pena que nao lembro dos muitos detalhes mas o conto é esse ai.

T Jok disse...

Uma perguntinha totalmente fora do post

RP o que vc andou fazendo hje a noite? ou melhor, agora! hahaha
abraço

machodeacademia@hotmail.com disse...

Li 2 linhas do seu blog e estou mergulhado em seus textos. Você é uma pessoa genial e do tipo de amigo que eu gostaria de ter, inteligente, sóbrio e com grandes qualidades para um ser-humano. Espero um dia falar com você

RP disse...

Que pergunta é essa T-Jok????
Você me conhece???? rs

Na hora do seu coment... xeu pensar... risos

Ontem o sono foi embora e o tesão bateu (2 meses sem sexo estão começando a me afetar), eu entrei na net pra distrair um pouco: Chat, msn, fotos, videos, web cam.... e fui dormir (infelizmente).

Se eu morasse numa cidade como São Paulo, por exemplo, talvez tivesse feito mais que isso, mas aqui em "SmallVille" é impossível... OWWW GENTE FEIA!!!!

Taí... vou postar sobre isso... passa lá pra ver.

Abraço

Desculpe o "Chat" pelos seus coments Ragazzo!

T Jok disse...

Hahahhahahahahaha
Era uma das respostas que esperava. Não te conheço RP, apenas curiosidade. Vou te adicionar no msn.

Ah..desculpe o Chat.

Un ragazzo disse...

T Jok, RP, que manezice é essa de se desculpar pelo chat? hehe Aqui o lance é livre. Espaço de todo mundo.

Machodeacademia, sem problemas. Qq hora a gente conversa, seja pelas discussões aqui ou por msn.

Abraços

Ulisses disse...

Como foi quando descobri que também curtia caras?

Não lembro ao certo, mas na verdade, acho que sempre soube que sentia atração. Não consigo recordar o início das coceirinhas, mas lembro quando me apaixonei pelo meu melhor amigo hétero unha-e-carne:

Foi durante a faculdade, e assim como o Ragazzo, também morávamos juntos. Chegávamos a trocar carinhos, fazer massagem, nos preocupávamos um com o outro, etc. Eu sabia que pra ele tudo aquilo era como "amor de irmão" e preferi não tentar ir além. Quando ele mudou pra outra cidade (por motivos profissionais) a distância amenizou meu sofrimento.

Depois tive certeza que foi melhor sofrer calado do que dar um passo maior que a perna...

Ah! Tô curioso pra ver o depoimento dos outros comentaristas!

Ulisses disse...

@Chris,

Uma das coisas que a gente mas faz aqui é confessar! haushaushaus

Esse teu amigo que deu uma escapulida do armário... Foi consciente (ele resolveu contar) ou foi por descuido mesmo?!?

Você já tá conseguindo reagir melhor e apoia-lo de alguma forma? como os amigos de vocês estão reagindo?

T Jok disse...

Ulisses, os três poucos amigos a que contei são super tranquilos e o melhor, a amizade não ficou artificial. Um deles até acompanha o blog rs.
Já a minha namorada que tampa o sol com uma peneira totalmente "arrombada", digamos assim, ela não acredita.
Hoje mesmo, tive um programinha entre amigos. De um lado estava a parte masculina que me completa, de outro estava a feminina que também me completa e estava rolando um assunto sobre sexualidade, direitos gays e tal. E então alguem soltou:
- T Jok é uma biba mesmo.
E minha namorada disse:
- Que nada, ele é uma "coisa" não se encaixa no perfil gay, nem hetero.
E o namorado, que tb estava no lugar balançou a cabeça concordando.

E fiquei pensando, o que eu poderia fazer para que pudessem realmente acreditar no que sou?
E então tive a seguinte imagem na cabeça: "Só se eu beijar os dois aqui agora e falar que nos fins de semana sou João e durante a semana viro Maria". E fiquei lá, tomando minha cerveja, me divertindo com a situação e o casal de amigos que conhecem o rolo rindo pra cacete. hahaha

Ulisses disse...

@T Jok,
Pelo visto, você vai se sentir realizado quando juntar namorada e namorado na mesma cama! hauhauhauhau

Admiro a maneira como você vai preparando as pessoas ao seu redor para caso vejam algo inesperado... (lembro que você já comentou sobre isso).

T Jok disse...

Sim! vc disse a palavra certa, preparo as pessoas ao meu redor para o dia final!

E tb já comentei sobre isso :P

Chis disse...

@Ulisses,

A escapulida não foi consciente não. Na verdade ele demonstrava que ia fazer certas coisas e não contou nada pra gente. Quem contou, antecipadamente, foi a outra parte envolvida, esperando a nossa "aprovação" para o que estava por vir (a escapulida de nosso amigo) e, naquela noite, confirmamos com os próprios olhos tudo que estava acontecendo.

Engraçado que agora todos nós, inclusive ele, agimos como se esse assunto fosse um tabu. Ele sabe que nós sabemos e agora adotou uma postura totalmente de "machão", se brincadeiras como antes. Aos poucos estamos voltando a naturalidade de antes, porém, ao eu ver ele que está criando barreiras agora.

Abs

Ulisses disse...

@Chris,

Então a outra parte foi bem sacana, expondo seu amigo sem o consentimento dele, não?!?

É muito intrigante esse caso! Será que os dois surtaram e resolveram se pegar no meio do campo, em pleno baba (pelada)?

Se você puder contar como foi essa escapulida, fala aí.

Chris disse...

@Ulisses,

Acho que a outra parte neste quesito não foi tão sacana. Vou tentar resumir:

Fomos, eu, ele e mais dois amigos na casa de um cara conhecido de um amigo nosso fazer um trabalho. Esse conhecido é assumidamente gay. Quando chegamos o conhecido demonstrou interesse no amigo em questão e não se preocupou em esconder isso de nós 4. Já estava tarde e estávamos bebendo, então, num determinado momento, após muitas cervejas e brincadeiras entre o conhecido e meu amigo (que já estavam, ambos, sem camisa), o conhecido decidiu que: 1 - Dormiríamos na casa dele, 2 - Que nós 3 (menos o que deu a escapulida) fôssemos comprar mais cerveja. Ficaram ambos - o conhecido e meu amigo sozinhos. Voltamos e depois de um tempo, a cerveja acabou mais uma vez e dessa vez, nosso amigo que foi comprar. O conhecido então nos falou que eles conversaram, que nosso amigo estava super afim, que falou pra ele que já havia saído com caras antes e que, eles iriam transar - isso mesmo - transar naquela noite. Qdo ele voltou fingimos que não sabíamos de nada. Nós 3 dormimos em um cômodo separado e nosso amigo "dormiu" no quarto do conhecido. No dia seguinte, ficamos sabendo de todos os detalhes sórdidos, tudo mesmo. O conhecido nos ligou e, como se estivesse arrependido, contou detalhes do que eles tinham feito. Coisa que na verdade não precisava... Sem contar, que na noite em questão, eu os ouvi conversando "coisas" sobre o coito.

Nosso amigo, tinha achado que não sabíamos de nada. Porém, um outro amigo nosso, que também ficou sabendo (contamos a ele), lhe contou que sabíamos de tudo. Então ele ficou um tempo afastado. Acredito que por vergonha por ter sua (bi?)sexualidade exposta e por ter feito do jeito que fez. Acredite e mim, foi muito pesado, muito vulgar mesmo. Não contei os detalhes mais feios...

Depois voltamos a ter contato. Mas ninguém toca nesse assunto, como já falei - virou tabu. E seu comportamento conosco mudou: ele não faz mais brincadeiras que antes eram comum como por exemplo passar a mão na bunda do outro ou falar alguma sacanagem ou até mesmo xingar de "seu viado" como fazíamos antes naturalmente.

Resumidamente foi isso.. rs

Abs