domingo, 15 de março de 2009

A perseguidora

Dessa vez arrumei para a cabeça.

Em janeiro saí com uma garota. Era para ser a saída mais simples do mundo. Fazia um mês que nos conhecíamos, rolava um clima, ela namorava há alguns anos um cara bonitão e iria voltar no dia seguinte para os braços do namorado na cidade em que vivia em outro estado. Tudo parecia ao meu favor. Gata quente e sem complicações pós-noitada. Resolvi fazer uma despedida que ela não se esquecesse e passamos a noite juntos.

Ledo engano. Ela realmente foi embora no dia seguinte, mas começou a me enviar e-mails diários. Um pouco assustado, falei francamente que não rolaria mais. Ela parece que escutou ao contrário, pois terminou com o namorado e mudou-se para a minha cidade, pedindo tranferência para trabalhar no mesmo lugar que eu.

Desde então ela faz sinal de fumaça sempre que pode. Tenta fazer-se presente a todo custo, usando desculpas ingênuas para fazer suas aparições aparentarem coincidências. Isso me irrita, afinal, de bobo e ingênuo não tenho nada.

Além da encheção, tem algo que me preocupa nessa história. Ele me pôs em seu foco de atenção 24 h diárias e isso gera um grave problema. Ela pode começar a se questionar o porquê de um cara (sem falsa modéstia) bem realizado, bonito e inteligente estar solteiro já há um tempo maior do que o esperado. E assim ela poderá chegar a perguntas sobre meu estilo de vida que eu não gostaria que ela se fizesse. Seria um risco ao armário.

Semana passada já passei apuro por conta de algo do tipo. Fui a uma festa em que ela também estava. Lá conheci melhor um pessoal bacana que até então só conhecia de vista. Dentre esses, um cara bastante interessante, com uma voz bastante grave, pernas fortes e um olhar calmo e seguro. Conversamos por muito tempo sobre os mais diversos assuntos, desde filosofia a esportes radicais. Chegamos até a combinarmos de fazer algumas trilhas de bike e acampar, coisas que ambos gostamos. Rolou uma afinidade que um olhar bem treinado já saca.

Já de madrugada, fim de festa, pessoal já zonzo pela bebida, hora de atacar. Combinei com o cara de irmos embora a pé, por conta da bebida e também para continuarmos o papo. Já saíamos à francesa quando a garota sai como um fantasma do carro que estava de carona, dizendo que iria com a gente para fazer exercícios. Tremendo balde de água fria! Queria esganá-la. Além de melar meu esquema, eu ainda teria que arrumar um jeito de ela não pular no meu pescoço na hora de deixá-la em casa. E digo, amigos, não foi fácil, pois ela parecia bastante decidida a me catar naquele dia.

No fim das contas, tive que apelar para a desculpa do "ainda curto a minha ex-namorada", que por mais que faça tempo que não estejamos juntos, não deixa de ser meia verdade, que é reforçada por um mini feedback que tivemos no reveillon.

Achei que ela tivesse entendido o recado, até que meia hora depois eu recebi uma mensagem dela no celular, perguntando se ela não poderia vir dormir em casa. Não respondi. Certifiquei-me que a casa estava bem fechada, apaguei as luzes e dormi como um anjo.

Nessas horas penso que se sair com caras não é fácil, sair com garotas não é menos complicado... hehe

7 comentários:

Unknown disse...

Olá...
"Achei" teu blog hj numa comu do orkut, e confesso que o titulo me chamou a atenção.... Ainda nao vivo tantas situações como as que tu descreve, ate porque nem eu sei direito sobre minha sexualidade... Essa questao, mesmo nao estando clara pra mim, nao me preocupa taanto, mas é algo que me faz pensar [muito] as vezes...
Bom, é isso... só queria que tu soubesse que te mais um leitor.. hehehee....

Unknown disse...

show seu blog, volto sempre aqui...

Unknown disse...

Bem, como te disse, é muito bom saber que não estou sozinho com minhas angústias, confusões e inquietudes interiores a respeito da minha sexualidade. Complicado é saber se eu sou gay, ou a sociedade que é preconceituosa.
A verdade é que não sei dizer. Não me sinto gay e não gosto muito deste rótulo, meus amigos me acham louco. Que achem...
Abraços amigo.

Un ragazzo disse...

Ae gauchog2, ótimo saber que vc vai participar do blog. Pelo blog, pode parecer que minha vida é uma eterna aventura.. hehe Mas lembre-se que a temporalidade aqui é diferente. Descrevo coisas que aconteceram há uma semana como há dois anos também. Esse tempo não é linear, mas quando a gente coloca tudo junto, dá impressão que se fez muita coisa... hehe Convido-o a pensar nas situações que ja passou e colocá-las juntas. Estou certo que perceberá que viveu mais do que imaginava.

Educardopiso, seja bem-vindo e não se acanhe em colocar seus pontos-de-vista.

Bruno, esse par curtir carar/sociedade é sempre complicado. Já esquentei muito a cabeça pensando em como me definir socialmente. Cheguei à conclusão que eu simplesmente sou e que a tentativa de definir-me, por qq modo que seja, me limitaria ao grupo que eu me incluísse.
Por outro lado, não assumir rótulos na sociedade em que vivemos é perigoso, pois os grupos acabam não nos identificando como iguais. Assim, acabo assumindo alguns rótulos escolhidos conscientemente, quase que como em um jogo em que se preza a mais valia. Socialmente, por exemplo, assumo o rótulo de hétero pq me é mais vantajoso. Mas no íntimo mesmo, sei que esses rótulos não se aplicam.

Fer disse...

Aconpanhando .... qdo der passa no meu não é tao excitante rs mas to no começo ja sei onde encontrar inspiraçao abracos

www.cobwear.blogspot.com

Un ragazzo disse...

Falae Fer,
li seu blog. Vi que está nos primeiros posts e fico lisonjeado por você considerar meu blog como inspiração. Sempre que eu puder, darei uma passada por lá.

Abraços

Unknown disse...

...lendo os posts antigos...

Cara se tu fizer um livro eu compro ...
rsrsrsrsrsrsrs