sábado, 4 de abril de 2009

Ameaça ao armário

Essa minha impulsividade ainda me trará problemas...

Postei há duas semanas um lance que aconteceu com um amigo de trabalho no fim de uma festa. Um breve resumo para quem não leu: bêbados, fomos tomar uma ducha depois de termos caído na piscina, e ali nos pegamos.

Na hora foi super excitante. No dia seguinte, sábado, enquanto escrevia o post, me sentia bastante vivo. À noite, saí leve. Ri, conheci gente nova, me diverti. No domingo, contudo, levei um susto quando minha perseguidora (que agora me persegue de um modo diferente, à moda de uma mulher com o orgulho ferido, me alfinetando sempre que pode) me liga: "Ae Ragazzo, nunca pensei isso de você hein (risada cínica)... Quer dizer que agora você e o ------ tomam banho juntos?". Na hora gelei. Senti as pernas bambas, mas sabia que era hora de eu usar todo meu cinismo e racionalidade para evitar quaisquer estragos maiores. Resolvi sondar, jogando um verde: "Por que? Você não daria banho em um amigo bêbado? De onde você vem não é assim, não? Aqui se bebe junto e se vomita junto também!(risada falsamente natural)". Ela riu também e me chamou para almoçar. Minha vontade era xingá-la, mandar ela tomar conta da vida dela, mas racionalizei e percebi que a melhor coisa que eu poderia fazer era ir ao almoço com o pessoal, sondar o que efetivamente viram, sabiam ou desconfiavam.

Lá chegando, nem zoaram tanto. Apenas o normal, sem ultrapassar nenhum limite. Só mesmo a louca da perseguidora que tentava jogar o assunto na roda, mas como o pessoal não curte muito ela, que sempre quer ser a estrela em tudo, não davam trela, até que ela desistiu.

Primeira sondagem, ok, mas precisava de mais detalhes. Fiquei tenso nos dias seguintes, sem saber direito o que havia ocorrido. Pensei em me assumir, afinal, melhor saberem pela minha boca do que ser alvo de fofoca. Não suportaria que tivessem certeza de algo de forma velada. Tranquei-me em casa e me pus a pensar de modo bem racional nas vantagens e desvantagens de me assumir. Cheguei a algumas conclusões, que pontuei:

a) em termos profissionais, não perderia meu emprego nem nada, mas com certeza a imagem de respeito que eu transmito teria que ser batalhada com mais afinco e de modo frequente, pois de tempos em tempos trabalho com um grupo diferente de pessoas, de modo que a cada grupo seria uma nova batalha. Ou seja, desgaste constante.

b) fora amigos de net, 99% de meus amigos são héteros. Sei que alguns, passado um baque inicial, aceitariam numa boa, mas outros entrariam em dilema e, ainda que conscientemente quisessem aceitar, mudariam sua postura comigo. Seria um possível adeus à naturalidade. Não há como desligar de uma hora para outra toda uma criação, concepções de vida e de conhecimento. E mais, não os julgaria por essa impossibilidade. Acho besteira aquele dizer de senso comum "se são seus verdadeiros amigos, vão aceitar". É um modo simplista e dicotômico de ver as coisas. Também tenho meus paradigmas que sei serem difíceis de serem quebrados. Assim, procuro respeitar os dos outros.

c) sou uma pessoa bastante conhecida aqui, muitas vezes por pessoas que eu mesmo desconheço. Assumir que curto caras possivelmente me levaria a ser rotulado por muitas pessoas como sendo parte de um grupo que só me identifico pela sexualidade. O pior é que não teria a possibilidade de estar ali para mostrar como eu sou, como são minhas características, e que estas pouco tem a ver com o rótulo social para homo/bissexualismo. Entraria em um mecanismo de rotulação social que não me apeteceria em nada.

d) em relação às vantagens, não encontrei muitas. Poderia dizer que eu me movimentaria mais livremente, mas não acho que seja verdade. Sou muito ligado, infelizmente, ao que as pessoas pensam. Assim, viveria com receio de ser mal interpretado. Por exemplo, provavelmente, evitaria dar um abraço apertado em um amigão, para evitar que ele pensasse que há malícia no abraço.

e) por fim, em termos de encontrar caras com os quais eu me identifico, creio que me assumir dificultaria as coisas. Afinal, os, digamos, do grupo dos discretos, procuram outros discretos e, uma vez assumido, e conhecido como sou, dificilmente me veriam com alguém sem imaginar que rolasse alguma coisa.

Desse modo, decidi que não era hora para eu me assumir e comecei a pensar estrategicamente como sair da enrascada em que eu me meti. Comecei tentando avaliar o tamanho do problema. Para isso, arrumei um jeito de encontrar o cara que eu fiquei no msn.

Lá ele me explicou que o cara que divide casa com ele foi até o banheiro pra ver se a gente estava passando mal e que da porta escutou uma conversa nossa, que ele chamou de filosofia de banheiro. Depois comentou com a perseguidora, que passou o dia seguinte a cuidar da ressaca de meu amigo. Ela apenas estava me zuando de encheção. Não sabia de nada, tanto que continuava a ficar com o cara.

E ele? Desde aquele dia, só o vi duas vezes, ambas em reuniões que eu presidia. Na primeira, foi bastante constrangedor. Ainda não havíamos conversado no msn. Na segunda, depois de haver esclarecido tudo, estava tranquilo. Conversamos, até fizemos piadas. Na hora pensei: "esse cara é do bem. Creio que uma amizade sem máscaras está nascendo."

26 comentários:

O Escriba disse...

Realmente, se assumir ou não é um problema muito sério.

Tive um colega de trabalho que era gay. Ele nunca me falou nada, mas sempre desconfiei porque ele era um pouco delicado demais, pouca coisa.

Durante o tempo em que trabalhamos juntos, várias situações ocorreram que denunciavam sua homossexualidade e, mais ainda, que tinha uma relação estável com o Fulano. Tanto que hoje eles moram junto. Mas, mesmo após tantos anos que nós nos conhecemos, ele nunca se assumiu para mim. Diz apenas que o Fulano é um cara que mora com ele. Acho que ele sabe que eu sei, mas ele não fala nada e eu também não pergunto e fica por isso mesmo.
Hoje em dia não trabalhamos mais, mas ainda mantemos contato por e-mail.

Fernando disse...

Eae rapaz como esta? a proposito respondi sua pergunta so que no meu blog rs foi mals

Garfield, Euzinho. disse...

Ragazzo,

estou acompanhado o seu blog, acho que estou em dia, sobre este é muito complicado por todos esses 5 pontos exposto, se a vida dentro do armario é complicado de uma forma geral a vida fora dela é bem dificil, a questão de rotulos é foda, e o movimentar-se livremente fica dificil quando damos "atenção" ao que os demais falam.
Gosto do modo como escreve. parabéns.

Anônimo disse...

Que barra, hein?

Pode ter passeata gay, leis anti-discriminação, e centenas de outros avanços, mas o trabalho só estará completo quando ser homossexual, bissexual ou heterossexual fará tanta diferença como ser loiro ou moreno. E ainda estamos muito, muito, muito longe disso.

Unknown disse...

Oh... bote longe nisso!
Realmente esse lance de "armário: sair ou não sair eis a questão" é complicado!!! Se dentro dele nos sentimos claustrofóbicos, fora dele a insegurança é total. A bem pouco tempo, digamos que, sai parcialmente do armário, resolvendo contar pra uma grande amiga e pra minha mãe. Embora, alguns percalços, ainda acho que fiz a melhor coisa. Com certeza essa questão de movimentar-se livremente é utopia, a não ser que vc não esteja nem ai pra o que as pessoas falem. Mas, se o manter-se discreto é uma regra, desista; Vc continuará tão preocupado qnto antes e sempre tomando cuidado de escolher aquele kra mais discreto. Sem contar que vai continuar à queimar litros de ATP preocupado se alguem viu algo que não deveria ter visto.
É nosso dilema, rapadura é doce, mas não é mole.
Contei paras as duas pessoas mais importantes da minha vida em um momento em que me senti maduro emocionalmente pra isso e sabendo que poderia ser rotulado e ogerizado. Hoje procuro mostrar que ser bissexual ou homossexual, bem como hetero, é uma escolha que vc faz qnto ao seu parceiro de atividade sexual, não tem nada a ver conceitos intelectuais ou conceitos morais. Com certeza é um trabalho arduo de poder manter uma imagem e pior de poder deixar claro, que manter essa imagem não é uma questão falsa de tentar mascará algo, mas que aquela imagem é a unica que existe. Não sei se fui muito claro, mas é por ai...
Boa sorte!!!!

Anônimo disse...

Wagner,

Discordo quando você diz que ser bissexual ou homossexual é uma escolha que você faz. Sentir ou não atração por pessoas do mesmo sexo ou do sexo oposto não é uma escolha. Ou se sente atração, ou não se sente. O que podemos escolher é vivenciar isso ou não. Ou seja, mesmo sentindo atração por pessoas do mesmo sexo, você pode escolher não exercê-la, não fazendo sexo. Mas, mesmo assim, a atração sexual continuar existindo. Se fosse como você afirma (questão de escolha), muito homossexuais que sofrem muito com a sua condição poderiam escolher não sentir mais atração por seus semelhantes e passar a se sentir atraído sexualmente pelo sexo oposto. E você sabe que não é assim que funciona.

Flávio disse...

Ragazzo, assim como você mesmo disse: 'vantagens, não encontrei muitas.' Particularmente, não vejo vantagem alguma. Hoje o gay é visto de uma forma muito banal, se é gay já logo é viadinho, que rebola, adora fofoca, etc. A pessoa perde totalmente o respeito das outras. A vida fica muito mais complicada, o que é o contrario do objetivo de assumir. Vivo muito feliz em não assumir.

Armando - gufmt@hotmail.com disse...

Cara, se assumir é fácil demais! Apenas seja você mesmo, nem mais, nem menos!! O problema da sociedade é que as pessoas sempre enxergam o gay como aquele ser afetadinho, delicado e com voz de pato rouco!! Caramba, é só mostrar que as coisas não são assim!! No meu caso não foi e jamais será!! Apenas notei um ponto negativo, ou positivo, depende de como cada um vê: A pressão pra que você seja sempre melhor que os outros é evidente, mas isso é bom!! Ragazzo, gostei da sua forma de escrever, profundo e direto!! Abração!! =D

Ulisses disse...

Come logo a perseguidora, depois fala que tu não quer compromisso. Aí ela te deixa em paz.

Cara, tenho curiosidade em saber... vc mora em que parte do Brasil?

Bruno Matos disse...

Bem, eu sou gay assumido, mas sou de boa, sou homem msm. Passo despercebido e tento fazer minha construção sexual uma coisa super normal. Não tenho amizade com gays, apesar de conhecer e dar uns "oi's" na rua... meus melhores amigos são heteros. Dai algumas coisas acontecem as vezes que eu fico pensando: Puta que pariu, será que devo ir além... sei lah..
gostaria de conversar com vc, em relação a isso. Não to mais afim de bancar o bonzinho respeitador e isso vc não eh nem um pouco heuheuehuheue. me add no msn: marvin_sotam@hotmail.com

Un ragazzo disse...

Pessoal,
uma coisa que me assusta é esse lance velado que o Rogério comenta do colega dele, afinal, aquilo que não é dito fica na imaginação e essa vai longe.

Liberal, acho que vc e o Wagner no fundo falaram coisas parecidas. Pelo que entendi do Wagner, ele não falou da escolha em ser isso ou aquilo, mas da escolha de ter esse ou aquele parceiro. Concordo com o ponto de vista de vocês. Seria ótimo se sexualidade fosse vista apenas como uma questão de gosto, sem valorações. Creio que a gente chega logo lá e nem acho que estamos tão longe assim. Às vezes penso se não é a geração nascida nos anos 80 ou anteriores que carregam esse preconceito. Digo isso, pois vejo que a abertura entre os jovens nascidos na década de noventa é muito maior, ou ao menos, menos preconceituosa do que a anterior.
Creio com certo otimismo que antes dos meus 40 o mundo já estará aceitando relações entre homens de igual pra igual.

Fernando, sem problemas, te responderei lá, então.

Sou quem sou, concordo contigo, cara e até poderia travar uma discussão por horas sobre o que é esse "movimentar-se livremente".

Flávio, tb não acho q a chave para a felicidade está em se assumir. Creio que depende muito do contexto. Eu, pelo menos, não estou preparado ainda, mas há quem esteja. São estilos diferentes. O que é preciso é todos nos respeitarmos mutuamente e evitarmos julgar.

Armando, qdo falo em me assumir, falo do ponto de vista social. Concordo com vc que se assumir para si mesmo é necessário, afinal, a negação disso traz muita ansiedade, como todos sabemos. Agora, do ponto de vista social, tenho ainda minhas dúvidas até qto é vantagem.

Ulisses, a coisa não é tão simples assim. Entendo bem a perseguidora. Ela é uma garota inteligente e bastante passional. Ela quer é me conquistar, pois sabe que sou um cara que preza a liberdade, e ela sabe que sexo não é suficiente, mas que poderia ser um indício que ela tem chances. Assim, a saída que me sugere poderia me trazer muita dor-de-cabeça... ehehe

Bruno, me senti um diabo qdo li seu comentário....kkkk
Na verdade, sou bem respeitador, mas tem horas que minha sexualidade explode... hehehe
Mas pode ter certeza que eu me seguro em 99% dos casos. Isso que conto aqui é apenas a ponta do iceberg.
Já te adicionei no msn.

Abraços a todos

Luan disse...

velho, escondi esse problema na minha cabeça e esqueci onde era.

mas assim, prefiro deixar la do que ficar preso na necessidade de me confessar pra quem eu me importo.

até pq quem eu amo nao importa.

Anônimo disse...

Se assumir é um problema sério mesmo. Eu trabalhei em uma universidade pública e na minha seção tinha dois gays. Um não assumido e um assumido. O que levou cada um a tal decisão somente eles mesmo podem dizer. Depende de personalidade, história de vida, planos para o futuro e até mesmo fatores externos.

Tiago Castelo disse...

Ragazzo,
tenho me assumido - ou tomado coragem de me assumir - depois que entrei no teatro, ele até que ajudou um pouco, na verdade era como um pré-requisito aos que faziam teatro, é preciso "ser bem-resolvido consigo mesmo para que possa ser um bom artor", bem, realmente foi um alívio para mim, o problema é acreditarem que existe uma bissexualidade. Quando disse à minha mãe, ela disse que não existe isso de "gostar de homem e de mulher", o negócio é conversar. Tomo a conclusão que cada caso é um caso, não sou eu que preciso pedir para você se perguntar se te faz bem tal situação de estar no armário - coisinha que venho achando que é bem mais fácil sair dele.
Mas continue com seus relatos, adoro eles, tentarei ficar em dia com todos.

um abraço.
primeira vez que venho no teu blog, rapaz. com certeza continuarei a vir, escrevi meu primeiro conto gay, se puder dê uma passadinha no meu blog depois.

Anônimo disse...

Temo s sim que sair do armário. Mesmo com todas essas coisas. Eu coloquei um acoisa na cabeça quando me assumi a 7 anos: quem gosta d emim de verdade vai aceitar. E foi o que aconteceu, falsos amigos se afastaram... Os verdadeiros ficaram. Desde então eu levo numa boa. Se minha mãe e família me aceitam ninguém mais me aborrece. Claro eu passo por umasc oisas chatas também, mas tiro de letra! Nós temos que aproveitar que acabou quele esteriótipo de gayClodovil e sair do armário que as pessoas nos vejam e parem de se assustar.

Jean Luiz disse...

Eu sou assumido, todos sabem q sou homossexual, mas não sou efeminado, tenho postura de homem. Sou respeitado, porque me dou o devido respeito. Não curto intimidades no trabalho, sou muito profissional. Com a família, vizinho e amigos sou super reservado. Tudo isso resulta em RESPEITO. Não adianta nada o cara ficar no armário e ficar chupando um e outro por aí, uma hora alguém pega e aí vai ser duas vezes pior.
Assumir não é sair por aí gritando ao quatro ventos - SOU GAY!!! Assumir é não OMITIR o que vc é!
As desvantagens no meu caso? Nehnuma.

Anônimo disse...

Definitivamente as palavras que traduzem o meu pensamento sobre relações entre pessosas, a partir de hj tens um fã assiduo cara deste blog...parabens

Anônimo disse...

Ragazzo, seria bom demais se todas as pessoas que comentaram seu blog se encontrassem um dia desses!!! Com certeza travaríamos discussões infindáveis e interessantívas!! É bom saber como outros iguais veem a homossexualidade!! No meu caso foi muito bom fazer Direito e escrever sobre isso na minha monografia!! Todas as dicussões CIENTÍFICAS travadas em torno desse tema contribuíram imensamente para meu crescimento interior e social!! Tenho muito a contribuir, assim como você também têm e tantos outros que comentaram seu blog!! Um dia nos encontraremos, iguais, diferentes, avessos, politizados ou não!! Um dia ... !!! Abração!! =D. ARMANDO - gufmt@hotmail.com

Aunocan disse...

E ae Ragazzo,

Acho que fez o certo, infelizmente é muito dificil assumir isso, as pessoas continuam muito preconceituosas. Alguns nao se importam com oq os outros pensam ou falam (sou como vc, me importo mto) mas como nao se importar se sua tranquilidade pode estar em jogo, em todos os sentidos?
Vamo continuar expremidos no armario.
Te curto bastante veio,

Aunocan

Un ragazzo disse...

Luan, entendo bem o que diz, até porque já fiz isso por muito tempo. O problema que ocorreu em meu caso, é que aquilo que ficava fadado ao porão embaixo da casa acabou por começar a abalar algumas estruturas sem que eu, o morador da casa, percebesse. Agora, quando as rachaduras aparecem, as preocupações de que tudo pode desmoronar mais hora ou menos hora aparecem. E aqui estou eu tentando consertar o que puder.

Liberal, faço das suas as minhas palavras!! Fico sempre feliz quando posta. Vc sempre tem bastante a dizer.

Tiago, concordo com vc que há de se pensar se ficar no armário realmente traz vantagens, pois angústias claustrofóbicas todos sabemos que existem. Contudo, dependendo do ambiente em que estamos, a abertura para tal decisão é maior. O teatro é uma delas. Tenho um grande amigo que é ator, assumido entre os seus, e isso não é de modo algum uma desvantagem profissional, nem pessoal em meio a artistas. Agora há diversas áreas que a coisa muda de figura, e como... (Ah, sim, entrei em seu blog. Fico aqui na torcida para que seja um dos aprovados nesse novo módulo!!!)

Anônimo 1, como disse no post, não creio na discotomia “amigo verdadeiro” – “amigo falso”. Acredito que todos nós temos nossos paradigmas de aceitação construídos por meio de uma variedade de fatores. Assim, não julgo aqueles que tem na homossexualidade um paradigma de não-aceitação. Cada um tem um limite diferente. Também tenho os meus. E vc, o que não aceitaria de um amigo?

Jean, eu responderia a você usando as palavras do Liberal. Tudo depende de uma série de variáveis como família, emprego, amigos, concepções etc. Para alguns essas variáveis são favoráveis, para outros não. Não há uma regra. Entrei em seu blog e li alguns posts. Você vive em um mundo bastante diferente do meu e tem experiências bastante distintas das minhas, o que pode contribuir bastante nas discussões aqui.

Anônimo 2, seja bem-vindo! Fico feliz que esteja gostando desse espaço. Fique à vontade para participar das discussões tb!

Armando, com certeza seria interessantíssimo que todos pudessem se encontrar para que a discussão não tivesse o computador como intermediário. Contudo, será que sem esse meio, sem o anonimato que ele possibilita, as discussões rolariam do mesmo modo? Algo a se pensar. Estou de viagem, e onde estou, não sei pq mas o MSN não abre. Até domingo estou de volta, e daí já te adiciono no MSN. Fiquei curioso em saber sobre o que escreveu em sua monografia.

Falae Aunocan, meu companheiro de MSN! Faz tempo que não nos encontramos lá, né? Tive uns tempos corridos e não tenho acessado muito, mas logo voltamos a conversar. Quanto ao que disse, vc apontou uma palavra que para mim é chave: tranqüilidade. Assumir-se é aceitar uma zona de risco em que coisas inesperadas podem acontecer, para bem ou para mal. Tem-se que estar preparado para ambos para tomar tal decisão. Eu, no momento, não estou.

Abraços!!

Aunocan disse...

quem kiser me add tb aunocan.go2@hotmail.com

Un ragazzo disse...

Olha só o Aunocan fazendo auto-promoção no blog... kkkk
Brincadeira, véio.
Pessoal, esse é firmeza. Podem adicionar.

Abraço

eletricmanfred disse...

Olá moço, li e gostei das suas postagens. Gostaria de comentar tb que eu por exemplo sempre me encanei de revelar minha orientação pros meus amigos heteros, que são maioria das amizades, mas como minha imagem já tava feita pra els, acabou dando tudo certo. Incrivelmente mesmo aqueles que fazim piadinhas com veados pararam de fazê-las. E como eu realmnte não tenho afetação alguma, é fácil conquistar a amizade das pessoas e depois revelar este aspecto de mim. Nem sempre dá, é claro, mas em geral não preciso ficar escondendo nada mas nem tampouco mostar demais tb,.

Eu diria que isso fez muito bem pra minha saude mental, psicologica etc. Acho que se vc tiver uma boa postura, vc consegue se impor em qualquer meio .É isso aí pessoal!

Un ragazzo disse...

Electricmanfred, que bom que está gostando, afinal, vcs que fazem esse blog acontecer.
Qto ao seu relato, concordo q em algumas situações contar ajuda a melhorar, principalmente se vc tem a possibilidade de se fazer conhecer antes disso. Meu problema, principalmente, é com aqueles que eu não teria essa opção. Curto muito pessoas, e não gostaria que minha sexualidade fosse uma barreira para aprofundar relações.

Abraços

Anônimo disse...

Lendo sobre essa questão de armário gostaria de dizer a vcs q acompanham o blog o quanto é frustante se querer,desejar alguém mas não ficar com essa pessoa por medo dos outros. Na época que eu era assim perdi muitos carinhas bacanas por burrice e me arrependo até hoje. Atualmente estou chegando aos 30 anos e minha mentalidade está mudando: Resolvi não ligar mais pra que os outros possam pensar a meu respeito porém também nao vou sair por aí agarrado com o cara em praça pública. Botei uma coisa em minha cabeça: Porra! não bebo,como, ninguém paga minhas contas, não dependo dos outros pra nada então por que que vou ficar me incomodando com o que eles pensam ou deixam de pensar? Sou militar e na minha situação a coisa é pior mas nas forças armadas é o que mais tem é enrustido e de altas patentes. Todo mundo sabe mais ninguém se atreve a ficar falando. No meu caso só me incomodaria se me desreipeitassem e isso já mais ocorre. Felizmente a sociedade está mudando e nos casos dos servidores publicos não podem ser discriminados, é crime. Ninguem se arrisca. Os militares quando sabem que eu curto ficam doidos, então eles me chamam reservadamente para uma conversa mais intima bem longew dos quartéis. E assim vou levando minha vida tranquilo, aproveitando as chances que me aparecem. obs. Atualmente estou namorando um loirinho lindo de 24 anos e de vez em quando ele entra em crise existencial, ele nao entende pq é diferente dos irmãos,ou seja bi. Comigo ele aos poucos foi deixando essa encanação de lado e estamos nos curtindo muito.
Um abraço a todos. Carlos-Belém-PA

Un ragazzo disse...

Carlos, admiro sua coragem de se assumir em um meio tão rígido quanto é o em que trabalha. Ainda me falta essa coragem. Creio que ela só viria quando eu sentisse uma real necessidade disso. Mas esse dia ainda não chegou. Ainda sou muito dependente de relações sociais.

Abraço