sábado, 16 de maio de 2009

Meu Ex-quase-namorado

Em uma noite sem um pingo de sono, entrei em um chat, muito mais para passar o tempo do que movido pela expectativa de conhecer alguém interessante.

Conheci um cara simpático, sem ser meloso, que não distribuía sorrisos no msn, passando um pouco até por canastrão. Ou seja, meu número.

Após algumas conversas de msn, marcamos em um bar e quando o vi, pensei: "Agora acertei". Muito bonito, sorriso na medida certa, inteligente, com um humor interessantemente sarcástico, sem contar que acabava de voltar do emprego e usava um terno, um charme a mais.

Ficamos no mesmo dia e nos dias seguintes. Ele trabalhava o dia todo e em seguida vinha me ver. Comecei a me empolgar e vislumbrar a possibilidade de uma relação.

Conversamos sobre isso, me sentia apaixonado. Resolvi contar para algumas pessoas ao meu redor para que eu tivesse maior liberdade para rolar aquela relação. O armário iria finalmente ser aberto. Possivelmente muita gente ia se chocar, mas imaginava fazê-lo por um bom motivo. Marquei um boteco à noite com um amigão e ali ele seria o promeiro a saber.

Antes, porém, tinha algumas reuniões importantes em um dia cheio. Na primeira da tarde, senti o celular vibrando em minhas calças: era meu "quase-namorado". Discretamente, escrevi uma mensagem dizendo que estava em reunião.

Duas horas depois, em outra reunião, recebi uma mensagem. Como nessa havia menos pessoas, não tive como lê-la. Em seguida, outra mensagem, outra, e outra. Pedi licença para ir ao banheiro, pois estava preocupado. Quando li as mensagens, nessa ordem, diziam algo como:

1) Estou com saudades;
2) Por que não me responde? Continuo com saudades.
3) Se não está a fim, por que não diz logo?
4) Desculpe por criar tantas expectativas. Achei que estivesse rolando algo legal.

Estava rolando algo legal, mas naquele momento tudo acabou. A melação e a insegurança dele destruiram qualquer possibilidade de algo ir para frente. Desencantei-me no ato.

Desmarquei com meu amigo para encontrar meu quase-namorado, que agora virara ex-quase-namorado. Olhei-o nos olhos, vi que já não sentia chama alguma e deixei isso claro.

Podem achar o "rompimento" supérfluo, mas o fato é que foi tocado um ponto crucial para mim: minha liberdade e a insegurança do outro. Não preciso fazer sinal de fumaça a cada 3 minutos para dizer que gosto de alguém. Não preciso viver em função de outra pessoa para mostrar que gosto dela. Pelo contrário, gosto de quem sou e quero que alguém ao meu lado goste de si também e, nesse caso, qualquer forma de anulamento é mal-vinda.

O que preciso é ter alguém para quem eu possa chegar no fim do dia, dar um abração e contar o dia, beber uma cerveja bem gelada e rir junto com os amigos, falar coisa séria, falar coisa boba. Se precisar viajar, ou fazer outros programas sozinho, sem problemas, cada um tem suas necessidade. E em noites frias como essa, nada como um outro pé para esquentar.

Não quero alguém para possuir, mas para compartilhar. E isso, meus amigos, está difícil de achar nos dias de hoje, seja qual for a sexualidade que você exerça.

40 comentários:

Arcanjo Misterioso disse...

Pois é Ragazzo... realmente é meio dificil encontrar pessoas assim, mas não é impossivel. As vezes também a gente acaba querendo escolher demais, mas gente insegura e q fique ligando a cada 5 minutos tb é dificil de engolir...
Quanto a sair do armário, não quer dizer que você precise sair (totalmente) do armário quando se está namorando... Quando tava namorando mesmo, continuei no meu cantinho mas com uma frestinha aberta, apenas pouquissimas pessoas sabiam da gente...
Pense nisso...
Um forte abraço, e um beijo grande!
Até uma próxima!

Anônimo disse...

Ragazzo, deve ter sido paixão arrebatadora, pra o cara querer grudar assim. E você também estava tão envolvido a ponto de dar um grande passo sem volta (sair do armário).

Mas será que se passou tempo suficiente para saber se o cara era possessivo mesmo? Talvez ele só estivesse temporariamente cego dado a intensidade dos últimos dias.

Rapaz, você desencanta muito rápido! Mas esse desapego até que é bom: minimiza possíveis sofrimentos de sua parte.

Anônimo disse...

De fato, o teor e o intervalo entre as mensagens assusta qualquer um. Mas talvez essa insegurança dele fosse só uma coisa de momento. Você poderia explicar pra ele que não iria responder todas as mensagens dele, seja porque não pode no momento, seja porque precisa de um tempo só pra você. E talvez ele entendesse. Enfim, são só especulações. Mas ficar sempre com essa marcação cerrada realmente não dá.

As pessoas confundem relacionamento com posse. Se acham donos da pessoa como se é dono de um cachorro. Aí não dá. Quando as pessoas entendem que o companheiro/a é uma pessoa independente e que ela não pode ficar controlando a vida do outro, o ciúme fica em um nível baixo.

Mudando de assunto, eu acabei fazendo um blog. Se lhe interessar o endereço é www.descobrindobissexual.blogspot.com/

Felicidades e faço votos que você encontre um bom companheiro/a e não um dono/a.

Bruno amigo do Fernando disse...

Pois bem Ragazzo, eu entendo todos dois vc e o ex-quase-namorado.
Vc sabe bem como é difícil encontrar alguém bacana. Ele também vive o mesmo dilema. Errou por desesperar-se com os sinais que vc emitiu. Por insegurança de perder-te errou mais uma vez. Quanto a você, entendo que qdo a "presa" é fácil demais, entregue demais... perde o sabor. Mas você sabe seduzir, então todas as presas vão ser fáceis, e quanto mais o tempo passa mais vc vai se especializando em caçar. E a busca por algo que te satisfaça vai se tornando mais difícil.
Quanto ao quase sair do armário, eu acho que essa é uma vontade latente, independente do ex. Fica a dica, não precisa sair para namorar, dá pra conciliar muito bem quando se é bem resolvido. Sempre namorei no armário... é até mais divertido hehehehe
Abração e se cuida!

Anônimo disse...

Posso dizer que já vivi uma relação assim, como a que o Ragazzo experimentou. Mas não era sexual, nem éramos casal. Era fraterna. Uma espécie de amor incondicional.

Pessoal, de certa forma, construir uma relação é como construir uma família. Possuímos uma (família) ao mesmo tempo em que fazemos parte dela.

E pra não sufocar é só respeitar os limites da individualidade de cada um.

(Pensando em voz alta sem estruturar direito os pensamentos).

RP disse...

Um requisito primordial pra me fazer gostar é não ser mais um na multidão, mais um carneirinho no rebanho, ou mais uma conquista minha.
É preciso que eu admire e seja desafiado na medida certa a ser melhor para estar a altura da pessoa, a conquistar mais a pessoa, a marcar mais e a ser ESCOLHIDO por ela.

Mais uma coisa... pra mim é algo bem grave se um minuto do meu trabalho for tomado por futilidade de namorado. Minha vida profissional é demais importante pra mim pra ser importunada.

Por isso acho que sei o que você sentiu, mas concordo com os caras aí encima... não valeria uma conversa???? A insegurança pode ter sido fruto de um dia difícil, e ele ainda não sabia como lidar com você em relação a esse assunto.
Como você disse: está difícil de achar alguém com tantas qualidades. Por isso não valeria uma segunda chance?

Quanto ao armário, minha dica é que você faça isso por você - e para você - antes de qualquer coisa. Não saia do armário porque está apaixonado ou empolgado com alguém, faça-o porque eceitou seu modo de vida, seus desejos e instintos, sente-se bem com eles e está disposto a enfrentar o SEU mundo fora do "closet".
É o tipo de coisa que muda sua vida pra sempre (no meu caso foi pra melhor), vai ficar com você até morrer, como uma tatuagem.
E assim como a arte corporal, se é feita por outra pessoa, que não você mesmo, é abrir possibilidade para a decepção. E se humanos são seres errantes, essa possibilidade é quase sempre certa!!!

To seguindo!!

TDB pra vc!

Paulistano disse...

Pois é. O pior de tudo é que compreendo o inseguro de seu ex-quase-namorado. Vira e mexe me pego tendo atitudes como essa, por mais que eu tente me controlar.
A atitude dele e muitas vezes minha, deve-se, principalmente, ao fato de estarmos no armário e, por isso, não podermos contar a um amigo o que se passa. Remoemos isso conosco e acabamos descontando na insegurança, já mascarada em casa com a família e no dia-a-dia com os amigos que nem sabem de sua verdadeira condição.

É o preço que se paga....

Luciano disse...

Não esqueça que quando escolhemos demais, não levamos nada. Acho que você coloca muitas barreiras nas suas relações e isso nem sempre é bom. Veja como você já conheceu tantos caras e está agora aí sem nenhum deles. De repente o cara não é nada disso que você pensou e pode ter desperdiçado uma grande oportunidade de estar com alguém legal. Você tem que conhecer primeiro antes de tomar uma decisão definitiva.

Un ragazzo disse...

Post dando o que falar... hehe
Pessoal, concordo com o que disseram. No momento realmente tive duas ações extremamente impulsivas. A primeira, me deixar ser arrebatado de modo que cogitei sair do armário. A segunda no instante em que, baseado em alguns fatos pontuais, desencantei-me.

Arcanjo, quando mencionei sair do armário, não dizia de me assumir publicamente e andar com uma faixa...eheh, mas conversar com as pessoas mais próximas, como alguns amigos, o que seria necessidade para a possível relação, uma vez que um cara não aparece do nada e vira "amigão inseparável". Tenho noção de realidade...hehe Creio que esse já é um desejo latente, como o Bruno bem disse, em que aquela situação apenas funcionava como catalisadora. Às vezes me sinto um enganador, por deixar que meus amigos confiem em mim, falem de suas angustias e eu seja apenas parcialmente recíproco, deixando parte de minha vida nebulosa.

O Bruno também comenta dessa minha necessidade de caçar. Não diria que todos são presa fáceis, pois se fossem, eu estaria me esbanjando... ehhe Mas diria que são mais fáceis qdo não há envolvimento. Qdo estou envolvido, o jogo se configura de modo diferente.

Quanto ao "rompimento" pontual, como sabem esse blog tem histórias pontuais. Faço pequenos recorte, com poucos detalhes para evitar que as pessoas se reconheçam nele, e falo pouco do antes e do depois. Concordo que como parece, simplesmente deixei o cara a ver navios. Não foi bem assim. Encontramo-nos várias vezes depois. Fiz novas tentativas, mas realmente não deu. O encanto realmente se perdeu. Por mais que racionalmente eu tentasse, passionalmente já não rolava mais. Claro, além do que aconteceu naquele dia outros pontos contribuiram, ainda que não tenham sido expressos aqui.

Sei também que cada um tem suas sacralidades, que nem sempre são as mesmas. Por isso, a necessidade de negociação. À moda do RP, profissão para mim é sagrada. Tenho uma carreira em que eu me dôo e que exige muito de mim. Uma pessoa que não entende isso de cara não poderia estar ao meu lado. No caso da história que eu mostrei um recorte, a profissão para o cara era um modo de ganhar dinheiro. Daí, de imediato já batiamos de frente.

Paulistano, seja bem-vindo à discussão. Tenho um grande amigo que age do mesmo modo que você. Vivo dando bronca nele. E no fundo acho q ele deve ter um "q" masoquista, pois mesmo levando fumo meu, sempre q vou a trabalho para sua cidade, de sopetão chamo-o para uma cerveja e ele larga tudo para ir. É um bom amigo...hehe

Luciano, concordo com vc e há anos uma amiga já me falava: "Ragazzo, quem escolhe demais, acaba escolhido". No fim das contas ela casou com um cara nada a ver. Eu sempre pensei: melhor sozinho, do que mal acompanhado. Sabe, tenho vontade de ter alguém ao meu lado, mas não qualquer pessoa. Gosto demais de minha liberdade e se for para abrir mão de parte dela (o que acaba ocorrendo em todo relacionamente), que seja por alguém que eu realmente esteja a fim (palavra desgraçada... nunca sei se é junto ou separado... hehe). Não basta ser legal, tem que acrescentar.

Ulisses, esse desencantamento rápido é uma faca de dois gumes. Por um lado, evita grandes sofrimentos. Por outro, evita grandes paixões. Contudo, na prática, o que ocorre é que desencanto rápido quando me encanto rápido. Agora, meu rapaz, se é daqueles encantamentos que ocorrem gradualmente com o tempo (típico do que ocorre com amigos), esses sim, demoram para parar de queimar. Doem na carne por anos.

Liberal, és uma pessoa sábia. É claro que irei visitá-lo em seu blog e tentarei deixar comentários lá também. Assim a gente vai se ajudando a se compreender nesse mundo louco.

Abraços!

Unknown disse...

Eu concordo com a sua posição....precisamos colocar os pés firmes antes de tomar qualquer atitude... A partir do momento que o chão vira areia e deixa de ser fime.. melhor pular fora.

Eu sei disso, já fui um ex-quase-namordo algumas vezes... só hoje que eu vejo melhor as coisas.. hahaha

Carência é foda!

Rodrigo Fontes disse...

Un,

Entendo sua posição, mas carência é complicado. Por que não olhar mais para o lado do outro? Não quero te defender ou defender o rapaz, mas apenas tentar expressar uma opinião.

Claro que, como tudo na vida, olhar para a nessecidade do outro deve ser algo equilibrado.

Eu acho que, de certa forma, poderia ter dado certo. Por que não repensa na questão?

Desculpe se pareci intrometido ou defensor.

Abraços!

Caco disse...

Coitado do menino, rsrs. Por mais que que ele tenha demonstrado toda essa insegurança, você não tava gostando dele? Como que esse gostar se acaba assim, tão de repente? Quando você gosta mesmo de uma pessoa, você a aceita por completo. Pode parecer demagogia, e talvez seja mesmo. Mas eu ainda acredito nisso. Você nem se deu a oportunidade de conhece-lo melhor, você nem lhe deu a oportunidade. Quem sabe ele poderia até mudar por você.
Todo mundo tem defeito. Mas as pessoas têm o dom de mudar, de tentar fazer diferente. Talvez você tenha pressa, e quer tudo do seu jeito, e quer ter controle sobre tudo. Mas a verdade é que a gente não tem o controle de nada, ainda mais dos sentimentos. Eu acho que você tem que se permitir mais.
Beijo.

"Essa não é mais uma carta de amor
São pensamentos soltos
Traduzidos em palavras
Pra que você possa entender
O que eu também não entendo...

Amar não é ter que ter
Sempre certeza
É aceitar que ninguém
É perfeito pra ninguém
É poder ser você mesmo
E não precisar fingir
É tentar esquecer
E não conseguir fugir, fugir...

Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender...

Posso brincar de descobrir
Desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você
Eu tô tranquilo, tranquilo...

Agora o que vamos fazer
Eu também não sei
Afinal, será que amar
É mesmo tudo?
Se isso não é amor
O que mais pode ser?
Tô aprendendo também..."

Fernanda Mello e Rogério Flausino.

Anônimo disse...

Mas Caco, Ragazzo já explicou num comentário mais acima que a coisa não foi bem à queima-roupa.

Ele ainda tentou se dar (ou dar ao outro) outras chances antes de pôr um fim definitivo.

Ale.Medina disse...

Olá , Boa Noite ! (são 23.47 h)
Por acaso através do orkut, encontrei esse blogger.
Li todos os posts e achei de uma escrita perfeita, pensamentos claros e bastante diretos .
Acho que a pessoa por mais que ache que se conheça, ela não se conhece ao todo . O melhor disso é saber que a cada descoberta, uma possibilidade, um novo dia, uma nova situação.
Estou passando por uma fase talvez de transição de alguns conceitos "morais" que me acompanham há anos, quebrando paradigmas e devo isso a solidão, tão desconcertante e ao mesmo tempo necessária na vida de alguém.
Hoje, penso em ser feliz, não com alguém ao meu lado que queira ser mais importante do que eu mesmo, mas que caminhe lado a lado, em pé de igualdade no mínimo. Respeito, sinceridade, lealdade ... coisas tão difíceis de se encontrar, mas que fazem a vida do homem não passar desapercebida. O grande lance é lutar e se dar a possibilidade. Quando algo incomoda, falar, expor, deixar claro, caso isso persista, ai sim, tomar uma atitude radical com relação ao fato que causou o apago da chama.
Sei que o que escrevi não tem muita relação com o post, mas escrevi ao ler todos os posts e esse é o resultado de uma rápida reflexão.
Muito obrigado pelo dispensado ao escrever os mesmos, saiba que é de grande valia aos demais.
Abraço Grande.

Caco disse...

Pois é, eu postei e nem li, fiquei co preguiça, rsrs.
Mas ele disse no post:
"Desmarquei com meu amigo para encontrar meu quase-namorado, que agora virara ex-quase-namorado. Olhei-o nos olhos, vi que já não sentia chama alguma e deixei isso claro."
Mas mesmo que ele tenha tentado, isso que o menino fez das mensagens, já ficou na cabeça dele.
Mas pelo menos ele tentou né.
Beijo.

T Jok disse...

Olá!
Faz tempo que leio suas matérias maravilhosas e de uma escrita perfeita mas nunca dispunha de tempo para comentar.
Bom, li os comentários acima e defensores do "ex-quase-namorado" hehe.
Entendo perfeitamente como você "funciona" , assim como eu, a liberdade sempre em primeiro lugar e por muitas vezes a invasão da mesma pode até ser uma ameaça pior que ao armário, a não ser que seja por alguma coisa que realmente importante.
Outra, você não escolhe demais, apenas não acha o que procura, ou simplesmente acha mas nem sempre vem com um conjunto a mais de qualidades que lhe agradam.
e disses-te bem: "melhor sozinho, do que mal acompanhado."
Quanto ao armário, se sentes a necessidade de contar, aos seus amigos mais chegados, vá em frente e garanto que até pode ser uma coisa vantajosa.
abração e parabéns pelo blog

Geo disse...

Olá mais uma vez, Ragazzo!

À princípio, eu olhei torto para sua atitude em desencantar por algo assim. Mas relendo e refletindo, eu percebi que já me encontrei em situação semelhante.
E, assim como você, eu tentei dar mais uma chance, mas quando o encanto é quebrado não há mais volta.

Concordo com você, quando diz que, para abrir mão da liberdade, tem que ser por alguém que valha a pena!
Mas acho que vivemos numa ansiedade tão grande de encontrar alguém, que algumas vezes apostamos fichas demais em pessoas que nem sempre são as melhores...

E do mesmo modo que se faz planos, se desfaz... Quanto mais rápido se apaixona, mais fácil é se desapaixonar.
Mas quando é algo construído ao longo de muito tempo, esquecer e partir pra outra é mais complicado... (Tanto que a paixão pelo "melhor amigo hétero" sempre é a que mais dá dor de cabeça!)

No fim, parece realmente que todos estão a procura de posses, quando na verdade, precisamos de parceiros.

(E "a fim" está certo, pois é de "com vontade de". "Afim" é de afinidade e tal...)

Já disse uma vez e repito: gosto muito do que escreve!
Parabéns!

Grande abraço!

RP disse...

Olha... resposta!! hehehe
Ainda bem que voltei aqui, senão não teria lido!!!

Bom... se foram "recortes" acho que você fez a coisa certa. Não pela atitude dele, mas se você desnecanou (não precisa de motivos)... bola pra frente!

RP disse...

to esperando sua visita!

Un ragazzo disse...

Ae clebs, creio que acabo fazendo muito disso: quando o chão vira areia, vou logo buscando terra firme. Contudo, isso tb pode ser barreira para um relacionamento. Tenho tido vontade de me deixar afundar para ver o que encontro, como naqueles filmes de ficção-científica em que embaixo da areia movediça há um mundo fantástico.

Empregador, não foi intrometido, não. Aqui ninguém é. Se conto essas histórias é realemente para escutar o que vcs têm a dizer, de bom ou de ruim. Qto a dar outras chances, dei muitas. Não foi o caso de ele estar errado e eu certo. Somos pessoas diferentes. Nossas prioridades são diferentes. No fim das contas, vi que dávamos mais certo como amigos do que como algo mais.

Ae Caco, o Ulisses já disse o que eu ia dizer... ehhe Concordo com vc q qdo a chama apagou ela nào voltou. Todas as minhas tentativas foram racionais, movidas por uma certa ética interpessoal. Enfim, percebi que nem com muito esforço as coisas dão certo. Talvez algumas coisas não sejam para dar certo mesmo.

Caco, não sou muito de poemas, mas gostei muito desse que vc postou. Muito bem encaixado com a discussão!!

Ale.Medina, que bom que leu os posts. Assim vc adentra com o pé direito nesse espaço de discussões! Vc fala várias coisas, mas enfatizarei uma: "uma pessoa por mais que ache que se conheça, ela não se conhece ao todo."

Concordo com vc e é nisso que esse blog me ajuda. Com as discussões e a minha leitura de minhas próprias palavras, vou me compreendendo melhor, em uma busca que diria religiosa (no sentido de procura por uma totalidade) que não tem fim.

T Jok, agradeço os elogios. Vc toca em um ponto forte ao dizer que minha liberdade é prioridade em relação ao armário. Aí está uma grande verdade que me impede de sair do armário. Nessa saída, tenho muito medo de, paradoxalmente, perder parte de minha liberdade.

Geo, sua reação me lembra muito uma grande amiga, que imagino que diria o mesmo que vc. O engraçado é que ela é da área de Geografia... hehe Só não digo q é ela, pois não acho q ela saiba a regra do "a fim x afim"... hehe Agradeço o post e a aula.

RP, já não é marinheiro de primeira viagem aqui para não saber que eu tento respoder todos... hehe

Tô em um período atribulado. Assim que pintar uma foguinha, vou fazer uma visita com calma.

Abraços

T Jok disse...

Geo disse tudo! Principalmente a parte sobre a paixão pelo "melhor amigo hétero".

Geo disse...

O engraçado é que muita gente pergunta se o nome tem a ver com Geografia, mas eu nem curto muito a área!
E fique tranquilo, não sou sua amiga! (Bem... Depende de onde você anda frequentando!)
Hauhuhauhauhauhau
Brincadeiras à parte, eu nem ia "dar aula", mas já que eu sabia, não custava nada ajudar! Afinal, cada um ajuda como pode!

E T Jok, essa paixão realmente quebra as pernas, não é mesmo?
Eu penso assim: quando você se apaixona rapidamente, você só teve tempo de conhecer as partes boas, somado ao fato de querer ter algo, e isso influencia muito o que se vê... E por isso não é algo tão sólido.
Mas com o "melhor amigo hétero" você aprende a amar a pessoa em sua totalidade. E esse dever não gostar faz com que se tome mais tempo para perceber o quanto aquele "amigo" é bem mais importante que deveria ser. E notamos como apreciamos sua companhia, seu sorriso, suas manias e até seus defeitos. E justamente por isso, quando se quer "quebrar o encanto", não é tão fácil.

Eu me encontro em uma situação dessas, e já pensei muito em tentar apagar a chama, mas é algo tão forte, que cada dia mais penso em me entregar!
Só espero não me queimar no fim!

(Por coincidência, estou ouvindo Fever, mais precisamente na parte "what a lovely way to burn", ou "que amável maneira de se queimar"!)

Abraços!

Anônimo disse...

Que sucesso, hein?! Meus parabéns. A cada post o número de comentários aumenta. E comentários muito bons. Conseguiu um grupo de seguidores de qualidade.

Aproveitando a deixa, agradeço a visita e, como não sei se você vai ler os comentários de lá, deixo aqui o que respondi lá.

Gostei muito dos seus comentários. Você sabe que você foi meu inspirador. Sua companhia com seus comentários na minha viagem de auto-conhecimento são muito importantes pra mim. Sua inteligência, lucidez e clareza de pensamentos são impressionantes. Espero que tudo isso não tenha sido construído à custa de muito sofrimento.
Ragazzo, te admiro muito!
Abraços,
Liberal.

T Jok disse...

Geo, isso mesmo. Cada momento é apreciado, seja bom ou ruim, Afinal, é o encanto. rsrs
Boa sorte, espero que não saia machucado dessa.

Uomo disse...

Oi Ragazzo, olá seguidores do blog...
Interessante mais um artigo que está bombando... altos comentários!!! Estou ausente desde o último post " A divina comédia dos tres mosqueteiros", mas resolvi postar algo dessa vez. Estou acompanhando esse blog a algum tempo e peço permissão pra poder ser o advogado do diabo e colocar uma questão: ser bissexual é uma opção sexual ou uma opção de defesa (enquanto individualidades presas no armário)?
Ler seus textos me levam a reflexões muito profundas sempre e tenho percebido entre um texto e outro, uma resposta e outra talvez um certo incomodo em está no armário. Questões eticas, o incomodo de está sendo um embuste, de está enganando pessoas q são caras... Não, não quero aqui fazer um perfil psicologico do Ragazzo. Contudo, nesse post pude olhar para mim e ver que me coloco como bissexual, tbm como vc. Embora, na verdade essa bissexualidade é muito mais um comportamento, onde para os amigos heteros gosto de mulheres, para os amigos homo gosto de homens do que uma opção sexual(gostar de homens e mulheres). Espero que esteja me entendendo.
Embora não acredite que sair do armario não seja colocar uma faixa na cabeça e sair na rua segurando a bandeira do arco-iris, tbm acredito que contar pra alguns é um alto risco que se corre de perder uma certa mobilidade.
Pior que muitas vezes por estarmos em check ameaçamos esse armario e nós expormos sem tantas reservas. Bom exemplo para isso tive qndo, como coloquei em outro post, me revelei para alguns amigos e minha mae depois de uma torrida paixão.
Na verdade acredito mesmo é numa inquietude de poder ser. Numa dicotomia, um duelo entre o ser e ser aceito e o não ser e ser aceito sob duras crises de consciencia.
Vejo o carinha apenas como um detalhe nessa estoria, se ele pegou no pé, se era possessivo... hum... a questão talvez não fosse ele.
Ragazzo bjão amigo (assim me permita) desde já peço desculpa por algo e estou acompanhando.

T Jok disse...

Ser bissexual é uma orientação, sendo que um dos lados sempre vai estar "de folga", digamos assim...ou não.
Geralmente para bissexuais no armário, para com amigos héteros você é uma pessoa que gosta de mulheres, para com amigos homos você gosta de homens e mulheres.
Creio que, pra algumas pessoas, é uma primeira tentativa de sair do armário(eu digo homos que dizem ser BI tentando "amenizar" alguma coisa), para outros uma forma de ESCONDER-SE no armário, mas a questão é: o que realmente é o armário? Estar privado de andar requebrando, falar fino,ser aceito ou não e flertar todos os homens/mulheres que passam na sua frente?

Amigos, não sei se expressei-me de forma clara, mas agora o armário está ameaçado aqui..(namorada chegou tenho que ir embora rapido!)
abraço a todos

Un ragazzo disse...

Geo, assino embaixo do que disse. O amigo é uma pessoa que vc conheceu na totalidade, deiferentemente dos pedaços franksteinianos dos quais já falei em outro post. Ah sim, eu tb me encontro numa dessas, há bem mais tempo do q gostaria...hehe

Liberal, é claro que eu já voltei lá para checar sua resposta... hehe
Como digo, importa para mim muito mais o que se diz sobre o que eu digo do que aquilo que eu digo em si. É ali que eu aprendo mais.

Wagner, tb já me fiz a pergunta de o que é ser bissexual. Quando uso essa palavra não estou falando necessariamente de meu desejo, mas de meu comportamento e, em alguma medida, de um conceito. Comportalmente, sou bissexual à medida que levo uma vida em que exerço minha sexualidade com homens e com mulheres. Conceitualmente, é um modo de dizer que não quero ser preso a um rótulo sexual. Quero ter a liberdade de sair com quem eu quiser. O ideal seria, como conceito, dizer apenas que eu exerço uma sexualidade, sem prefixos que a direcionem. Agora, é óbvio para quem lê o blog que instintivamente meu desejo tem sido há algum tempo maior por caras (ainda que minha analista acredite que sou um heterossexual que sai com caras para não assumir relacionamentos... hehe).

T Jok, concordo com o que dizes. Creio que a bissexualidade pode ser um armário para si mesmo, um modo de não se assumir algo que, no fundo, não se quer para si. Nesse caso, as pessoas podem se esconder de si mesmas dentro dele. MAs, ocmo já discutido aqui, creio que há outras formas. E vc, qual é a sua, uma vez que tb namora uma garota? ehhe

Abraços

Unknown disse...

Nossa... Cada vez que leio esse site, vejo que temos mais coisas de BI em comum...rs

Eu tbm acabo de terminar uma relação exatamente assim a pouco tempo... em que eu tbm coloquei a maior fé e depois acabar descobrindo que o cara era um bocado inseguro...

... a diferença era que ele não só mandava msg...mas me vigiava na intenert, me ligava o tempo todo e pior... pra minha casa...sendo que tínhamos saído uma única vez...
... eu até estava planejando sair de novo, mas desisti tbm no meio tempo quando percebi sua insegurança ficar cada vez pior...

...Sou a favor tbm de cortar o mal pela raiz rapidamente, antes que cresça muito, é menos sofrido... reparem é “menos”... isso não quer dizer q agente não sofra com isso....

... Pra mim... Isso é uma grande demonstração de imaturidade e falta de controle... Não consigo aceitar pessoas assim por mais que eu tente... não consigo visualizar uma pessoa morrendo por não conseguir falar com a outra naquele exato minuto...

...Com isso eu aprendi q o tempo realmente é preciso... e tbm que não se deve dar o tel residencial pra primeira apaixonite da Internet....rsrsrsrs

Um grande abrç a tds...

T Jok disse...

Qual é a minha? Sou bi, estou no armário, namoro uma garota há 4 anos e nesse tempo, tive uma pequena paixão pelo melhor amigo hétero. Isso daria um post e tanto. haha

Fernando disse...

cara adorei o assunto, to saindo de um relacionameno duradouro agora e to sentindo uma liberdade que nao tinha ha muito tempo, e estou gostando disso, porem, claro alguem é sempre bem vindo mas das poucas pessoa que conheçi ou nao querem nada alem de um encontro ou ja querem tudo a partir do primeiro encontro.
é realmente muito dificil isso.

Un ragazzo disse...

Tonny, apesar de realmente não ter paciência com insegurança e possessividade, entendo a razão que ela ocorre. Essa vida de armariado é desgraçada e se você não arruma algumas válvulas de escape (a minha é o trabalho e os esportes), vc acaba caindo em pirações como as que você mencionou. Agora, concordo, se quer evitar dor-de-cabeça, evite dar telefone de casa de cara. Digo isso por experiência própria...hehe

T Jok, daria mesmo... hehe E creio que 80% dos leitores desse blog (incluindo eu) se veriam em seu post... heheh

Fernando, concordo contigo, mas creio que essa "pressa" é uma ansiedade de que logo encontremos alguém para dar uma aliviada no sufoco do armário.

Abraços

T Jok disse...

Ragazzo, talvez sim, talvez não.
Aproveitando o assunto da bissexualidade digo que, vivo a famosa frase: "bissexualidade é pura sem-vergonhice".
haha

Un ragazzo disse...

hauahuahu T Jok, não deixa de ser... eheh Diz aí se tem exercício de sexualidade melhor? Afinal, temos dobro de chances de nos darmos bem... ehhe

Abraço!

T Jok disse...

Com certeza esse é o melhor exercício de sexualidade.
No meu caso, namoro uma garota há 4 anos e um rapaz há 1.

To achando que esse post vai dar o que falar, daqui a pouco vou ser a piranha do blog. hahaha

Un ragazzo disse...

hahuahuahu Falae T Jok Surfistinho.... kkkkk

Acho interessante esse exercício constante da bissexualidade... hehe Eu mesmo creio que não conseguiria. Recairia em um drama ético, além de um receio constante de mostrar q gosto mais de um do q do outro. No fim das contas, viveria tentando equilibrar a relação, caindo em uma certa artificialidade.

Falo isso baseado nas vezes que fiquei com mais de uma pessoa ao mesmo tempo: uma vez com dois caras (já contado aqui no blog) e outra com duas garotas.

Abraços

T Jok disse...

Medo constante de desvendar/decepcionar a si mesmo que gosta mais de um do que do outro?

Vc não precisa equilibar a relação, apenas usa-las como complemento.

Sim , isso realmente é um drama ético, apenas tento não pensar muito nisso, mas o que fazer se gosto dos dois? Claro, não na mesma quantidade. Um pode me oferecer tal coisa e outro não e vice-versa.

Nessas horas como queria que relações a três fossem mais "comuns". hahaha


Abraços

Un ragazzo disse...

T Jok, concordo contigo, mas racionalmente... hehe Sei que passionalmente para mim seria outra história.

Quanto a relações a 3, acho muito legal a idéia, mas creio que a dificuldade ocorre por conta da insegurança do ser humano. Todo relacionamento tem seus altos e baixos, o que possibilita que um dos 3 pontos fique enfraquecido, sobrando. Será que essa pessoa se sentiria à vontade nessa situaçào. Não sei se teria sangue frio a esse ponto.

Por outro lado, como seria bom que as três pessoas determinassem um plano bem definido à moda da matemática...ehhe

Abraços

T Jok disse...

Tipo, na parte do namorado, ele sabe de todos os fatos. A namorada não e nem suspeita. hehe

Confucio disse...

Raggazzo!
Cada vez mais me surpreendo com a similaridade de sentimentos!

Marcelo disse...

Nossa,concordo plenamente com a sua descrição, sobre a pessoa certa, e tb com a atitude qe tomuo com relação a ele.

Abraços