Após algumas muitas conversas por msn tendo como partida algumas fotos em mais um perfil fake do orkut, fui conhecer um cara em uma cidade próxima.
As expectativas eram altas. Não havia falado ao telefone, que é algo que não gosto de fazer com quem não conheço pessoalmente, mas ainda assim não via muitas possibilidades de algo dar errado. Tínhamos perfis parecidos, profissões semelhantes, gostos afins.
No local marcado, vejo ele vindo de longe. Pensei de longe: corpão! Mas isso as fotos já tinham antecipado. Quando o cara abre a boca, decepção. Não latia, miava.
Na hora deixei de ficar à vontade. Havíamos marcado de assistir um filme que ambos queríamos ver. Na sessão, fazia de tudo para ficar o mais longe possível dele. Suas tentativas de aproximações escusas com a mão eram claramente repelidas, o que em uma película preto-e-branco daria uma bela comédia de tempos chaplinianos.
Me despedi aliviado e assim terminou um pequeno grande conto.
Por que contei essa história? Porque esses dias eu percebi que muitas vezes nos fazemos de vítimas sociais, ao sentirmos que não somos aceitos, quando nós mesmos temos nossas categorizações, preconceitos e mecanismos de exclusão.
Assumo que sou preconceituoso com afeminados, ainda que racionalmente gostaria de não sê-lo. Isso me lembra que também tenho meus problemas em aceitar algumas coisas e, desse modo, como exigir que aceitem qualquer coisa de mim?
Todos temos limites, que nem sempre são iguais. Às vezes sabemos dos nossos, mas nos esquivamos de compreender os dos outros.
Há uma frase-clichê que acho no fundo vazia e simplista: "Se é seu amigo verdadeiro, te aceitará de qualquer modo". Cada um tem seu limite, e é possível que outros modos de se exercer a sexualidade esteja além do limite de seu amigo. Por isso é uma má pessoa? De modo algum. É apenas humano.
O diferente incomoda por diversos motivos. Aquilo que não se entende, que rompe alguns padrões, agride. Agride, pois não se sabe o que esperar. Dói saber que essa perda de controle abre a possibilidade de alteração de toda a estrutura.
Por outro lado, o diferente pode agridir ao se perceber uma semelhança ali também. É o medo de se tornar diferente também. É a possibilidade de vir a ser um diferente. E aqui, meus amigos, talvez resida o meu distanciamento a afeminados.
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24 comentários:
Oi gente, ou Ragaz, rsrs.
Por que não gosta de falar ao telefone antes de conhecer uma pessoa pessoalmente?
Eu entendo o fato de alguns não gostarem de afeminados, tem gosto pra tudo. O que eu acho feio é essa discriminação exagerada que as pessoas fazem. No Orkut o que eu mais vejo são perfis do tipo:
"Não add afeminados."
"Não sou e não gosto de afeminados."
Os homossexuais já sofrem tanto preconceito vindo da sociedade, ainda tem que aguentar o preconceito dos próprios homossexuais. Tudo bem que é uma questão de gosto. Todo muito tem o direito de gostar ou não gostar. Mas acho que quem não gosta tem quer ser mais discreto e delicado ao falar disso.
Como você disse, todos nós julgamos certos atos, mas nós mesmos temos os nossos preconceitos, nossos gostos. Mas o que eu procuro fazer, é tentar não magoar ninguém. É tentar não ser tão severo e exigente. O que todo mundo tinha que fazer, é não julgar precipitadamente, é conhecer a pessoa, o ser humano primeiro. E deixar em segundo plano a capa, se ele tem a voz delicada, se ele gesticula muito, se ele é muito machão, se ele é galego, se ele é moreno, se ele é alto, se ele é baixo... Antes de enxergar com os olhos, vamos sentir com o coração. Eu também tenho que praticar isso.
Beijos.
Isso me lembra que também tenho meus problemas em aceitar algumas coisas e, desse modo, como exigir que aceitem qualquer coisa de mim? Então, o problema é o princípio da retribuição, ou a pedagogia do mérito: se trato bem, devo ser bem tratado. Ou, como nas leis de Hamurabi: "olho por olho, dente por dente". Abraço!
Historicamente as pessoas vestiram-se da máscara de palhaço para serem aceitas. Quero dizer que, no passado, os unicos homossexuais que as pessoas "respeitavam" eram aqueles que divertiam, entretiam.... foi a era Vera Verão, Seu Peru e por aí vai.
Ser engraçado era um mecanismo de defesa e aceitação.
Isso causou uma imagem na sociedade - e em nós - que todo gay é afeminado, mulherzinha e caricato. É essa imagem que nos preocupa quando percebemos nossa sexualidade, é essa imagem que normalmente os pais "jogam" na cara dos filhos quando descobrem, e é essa imagem que norteia as piadinhas que ouvimos (mesmo que não diretamente a nós) durante a vida toda.
Esse fato historico causa o problema do preconceito nos dias de hoje.
Ora, não podemos controlar a sexualidade, mas podemos controlar nosso jeito de ser e não cair no esteriótipo das piadas. Ou seja... o pensamento "posso ser gay sem ser afeminado, sem ser caricato" é forte e faz parte do processo de aceitação da maioria de nós.
Confesso que também tenho meus preconceitos, mas tento limitá-los a questão sexo: não me sinto atraido por afeminados ou "obvios".
Gosto de ser homem, não vejo graça em gestos femininos (mesmo em mulheres) e gosto de ver esse "estilo" de vida nos meus parceiros.
Mas reconheço que MUITO da "liberdade" sexual que temos hoje, e até a diminuição dos preconceitos (sim, não dá pra negar que hoje é bem menor) devemos àqueles que, mesmo usando de artificios como a máscara de palhaço, tiveram coragem de enfrentar a sociedade.
Aceitar e respeitar não significa que eu tenha que eu tenho que me relacionar (social ou sexualmente) com pessoas do tipo.
Também não me dou bem com diversos outros extremos... gente muito devagar, gente mto agitada, gente mto baladeira ou gente mto caseira, gente muito superficial e gente muito profunda.
Não é preconceito... é questão de identificação.
Não gostar é uma coisa, discriminar ou disrespeitar é outra.
Por não gostar de determinada atitude não quer dizer que eu deva me relacionar com a pessoa, e não creio que isso seja uma discriminação.
Se eu quisesse me relacionar com uma pessoa afeminada, logo eu seria hétero e não bi.
Mas não estou dizendo que, esse tipo de pessoas são diferente de nós. Somos todos humanos, com qualidades e defeitos, preconceitos, estilos de vida e outras coisas.
"Por outro lado, o diferente pode agridir ao se perceber uma semelhança ali também. É o medo de se tornar diferente também. É a possibilidade de vir a ser um diferente. E aqui, meus amigos, talvez resida o meu distanciamento a afeminados."
Acho que isso só vale se você tem o interesse em vivenciar isso.
Caco, tenho uma rotina bastante pesada, em que o telefone é apenas um modo de me encontrar a qq hora para algum recado rápido. Não sou de conversar ao telefone. Mais que isso, não tenho paciência. Qdo quero conversar com alguém, arrumo um jeito de me encontrar com a pessoa. Nos casos em q isso não é possível, o msn é uma boa saída, pois tb é um momento q eu escolho estar disponível para conversa.
Além disso, dar meu telefone para alguém q eu ainda não conheça bem me configura como um convite, uma abertura a minha vida, pois perco o controle sobre os momentos em que quero estar disponível para aquela relação.
Quanto ao que diz sobre julgamentos, concordo com o que diz, mas na prática sei que me distancio frente a algumas casacterísticas como a afeminação. Creio que mesmo numa amizade eu teria problemas com isso, o que creio ser uma discriminação passional.
Marcelo, sabe q não deixa de ser? hehe Não sou um santo que faz sem sentir necessidade de retribuição, mas tampouco sou um demônio que exige do outro sem fazer por merecer. Te digo, cara, essa conquista pelo mérito é mais forte em mim do que parece. Chego mesmo a internamente infantilizar pessoas que me tratam muito bem sem que eu tenha dado mostras de que mereço isso.
RP, tocas em um ponto importante ao dizer que muito da diminuição do preconceito hj em dia se deve àqueles que dão a cara a tapa e, por outro lado, são por nós excluídos. Esse é um dos motivos que me proponho a pensar sobre esse meu preconceito, não no sentido de buscar uma atração, mas à procura de compreensão de por que assim agem, de por que isso me incomoda etc.
Ae T Jok, não desrespeito e não agrido, mas ainda assim acho que descrimino, uma vez que de cara essa pessoa não será tratada por mim com a mesma naturalidade.
Concordo com o que dizes sobre o mecanismo de iodentificação. Creio até mesmo que em outros posts já discuti sobre isso. Não acho que devemos ser iguais a eles, mas acho que poderíamos chegar a um ponto em que os encarássemos com a
mesma naturalidade que gostaríamos que nos vissem.
Em relação ao que dizes sobre vivenciar isso, não é por aí que vai o meu distanciamento. creio que tenha faltado um parágrafo explicativo no post... ehhe
A semelhança que indico é aquela de curtir caras, mas me sinto um diferente, por n outras características. O medo é ser enquadrado naquele grupo q não faço parte como um igual a eles. Daí, talvez, o preconceito velado, em que tal grupo é "destruído" e posto hierarquicamente de lado no modo como vivo.
Abraços
Falou muito bem...observador apenas ou psicanalista? Bacana demais.
Caros Ragazzo e demais
Há algum tempo não faço comentários. Mas, neste caso, lá vai:
Tens todo o direito de não gostar de caras que "miam". É uma característica como outra qualquer, que pode ou não agradar. Assim como em uma relação 100% hetero, relação profissional ou relação de amizade. Em algum momento, algum detalhe pode não agradar - para o fim que queremos - e cabe a nós julgar se vale a pena.
No seu caso, julgou não valer. Se não se sentia atraído, se o objetivo era inicialmente sexual, não valia. E ponto.
Não é preconceito. O cara não atendia a alguma expectativa. O que não quer dizer que fosse má pessoa. Não se culpe. Não se rotule. Já tem coisa demais na cabeça para se avaliar e esperar avaliação dos outros. Seja o que for, amigo, seja leve. Você, Ragazzo,já tem maturidade suficiente para ser mais leve.
Tem muito mais coisa no mundo que isso. E tem alguém (ou mais de um alguém) que chegará na hora e atenderá algumas boas expectativas. Não todas. Isso é impossível.
É uma busca. É a tentativa de solução de carências. Todos as temos. Qualquer que seja a raça, cor, credo, denominação sexual, profissional e estado civil.
Precisamos dos outros. Mas precisamos nos aceitar. Assim, fica bem mais fácil.
Tô meio "verborrágico". Mas vocês, amigos, me entendem.E o nosso filósofo, ragazzo, também...
Um forte abraço.
Demorei para comentar e já faço outro...
Já temos pista de um "manual" para conquistar o ragazzo:
1. Não pedir o telefone;
2. Não "miar";
3. Não ligar insistentemente;
4. Não demonstrar interesse excessivo;
5. Ter um bom papo (fundamental);
A completar...
Já leio o blog, há algum tempo e gostaria de felicitar o autor,pois traz questões pertinentes para alguns de nós de uma forma bem reflexiva. Gostei muito também, dos comentários que foram postados nessa discussão de preconceitos em relação aos efeminados.Eu particularmente busco ao máximo agir com naturalidade e vencer meus preconceitos em relação a eles, confesso que não me agrada ser cantado pelos os mesmos, pois não sinto nem um tipo de atração.Mas compartilho da opinião do Caco e do Rp.
Muito bom o blog, meus parabéns!
Caro Ragazzo,
Muito já foi comentado (de altíssima qualidade) que não me sobra nada a acrescentar.
Mas tem um ponto que gostaria de chamar a sua atenção. É o seu último parágrafo, onde você diz que o diferente pode agredir ao se perceber uma semelhança. E depois nos comentários, você disse que acha que discrimina porque de cara não trata um afeminado com naturalidade.
Acho que preconceito e discriminação não são as palavras corretas para descrever o que você sente em relação ao afeminados. Mas você sente algo! Você fica incomodado! E isso só acontece porque um homem afeminado desperta algo em você, faz você sentir coisas que não queria sentir, te toca em algum ponto que você quer esconder.
O que é Ragazzo? De onde vem o seu incômodo? Do que tem medo? De que seu comportamento se torne demasiado afeminado é denuncie sua homossexualidade? Tem medo de se ver exposto no outro?
É amigo, olhar para dentro de nós não é fácil. Podemos nos assustar com o que iremos ver...
São coisas de Bi não afeminado mesmo... vivi isso tbm...várias vezes...
... Acho terrível tbm quando uma pessoa da Internet não se descreve totalmente... como se fossemos passar por cima daquilo no encontro... Acho que fico mais chateado com a falta de sinceridade do q com a característica omitida...
... pq eu não abro mão de nenhum dos recursos... ... MSN... foto ...telefone CEL ...webcam...(orkut ñ entra nessa pq é muito pesoal) td pra se perceber o máximo da pessoa... e não se arrepender depois...eu acho que realmente vale a pena...pois nunca sai com um cara que realmente desse pinta...a ponto de eu ter q repeli-lo ...
....Acho q deu mole nisso... Acredito são coisas de praxe ... que TEM que ser feitas...
...Ainda bem q li os comentários antes de postar o meu... vi gente falando dos “ante afeminados “...
...bom eu sou um que não abro mão disso... mas eu só falo “não curto afeminado”...
...isso não quer dizer q sou machão e que não goste de afeminados ... jah até fiquei com alguns...mas sei que isso não me dá total prazer...
...pra mim é uma ambiguidade gosta de um HOMEM q tem caracteríticas de mulher...se for assim é melhor assim logo com uma mulher......
...só continuo batendo na tecla sempre, que é bom saber o máximo da pessoas antes de se ir pro encontro...
Liberal, pelo seu comentário, dá para perceber que vc captou bem o momento do incômodo em meu post... Vc tem vocação para psicanalista... ehhe
Vejamos, creio que, sim, esse incômodo se relaciona com um medo, mas não conscientizado. Pensando sobre ele, creio que o receio vem do modo como eu fui criado, em um ambiente bastante tradicional em que qq outro exercício de sexualidade era atrelado à feminilidade ou se por ora não fosse, um dia seria. Ok, isso seria facilmente contraposto se eu tivesse tido exemplos próximos - e q fizessem parte de meu cotidiano - de homens que exercessem sua sexualidade com outro homens e que ao mesmo tempo mantivessem sua masculinidade.
Só fui ter tais exemplos, e mesmo assim de um modo en passant, muito mais tarde. Assim, creio que no fundo, meu grande medo é que aquilo que a minha criação diz esteja certo e que em um momento ou noutro, isso ocorra.
Como disse, esse medo não vêm por conta do modo que vivo, como se isso fosse acontecer, mas é algo que me parece menos consciente, uma espécie de devir. É como se racionalmente eu soubesse que isso não tem fundamento, mas algo lá no fundo fica martelando na voz de minha mãe apontando e fazendo chacota de pessoas na rua.
Enfim, se eu já consigo exprimir isso em palavras, é porque já está se resolvendo.
Tony, concordo contigo que o uso de todas essas mídias nos ajudam a ter noção do que está por vir. Com elas a gente vai se preparando. Agora, uma coisa já me passou pela cabeça. Será que essas pessoas omitem características ou apenas não se dão conta delas?
Abraços
Ragazzo... Isso tbm jah me passou pela cabeça... mas não acredito que exista isso d não se dar conta para caras de uma certa idade...
... tenho como exemplo eu mesmo... quando eu comecei a sair com caras.... coisa q não tem tanto tempo assim, pq sou sou jovem... eu sempre perguntava se tinha jeito afeminado.... pra ter uma segunda, terceira e quarta opinião... e eles sempre diziam q não... perguntei tbm pra uma grande amiga pra quem eu me revelei...e ela disse q nunca tinha passado pela cabeça dela... parei com a neura assim....
...acho q para caras q jah tem alguma experiência...ter “pinta” e não se dar conta ....é não querer ver isso...pq as pessoas falam.... e quando não falam, acho interessante perguntar...
...claro... pra quem tah interessado em se conhecer e saber se isso vai despertar interesse ou não na outra pessoa...
1) Dar o telefone sem saber direito se pode confiar e que não vai dar problema é f*da mesmo. Fica a impressão de estar refém da situação: medo de receber uma ligação num momento impróprio (quem está no ambiente poderia escutar o que o interlocutor está falando) ou receber um SMS entreguista e eu não estiver próximo ao celular.
2) Fato engraçado: volta e meia um cara entrava na condução. Aquele trazeiro e aquela nuca me acendiam. O cara era extremamente tímido, tinha vergonha até de olhar pra frente. Eu não tinha percebido trejeito nenhum até o dia que o vi abrir a boca para conversar com a mulher ao lado. Daí em diante perdi a vontade de tentar algum tipo de aproximação, mas como já havia uma atração prévia, nunca deixei de pensar que, se por obra do acaso, eu encontra-lo num lugar propício, daria uns amassos...
3) Pegando como gancho a última fala do Ragazzo para o Tonny (Será que essas pessoas apenas não se dão conta?) e juntando com um termo que RP falou mais acima (os óbvios, me ponho a pensar:
- Se num perfil alguém diz não curtir afeminados, tendemos a achar que esse alguém também não é. Mas pode ser!
- Será que não existe héteros um pouco afeminados?
- Tem gente que é tão óbvia, que talvez fosse melhor assumirem...
Falae Anônimo, observador profissional e psicanalista amador...hehe
Ae Paulo, ainda creio q é um pouco de preconceito, uma vez que já formo um conceito prévio da pessoa sem dar oportunidade de conhecê-la para valer.
hauhuahua Vai criar um manual "Conquiste o Ragazzo"? Faltou colocar pernas grossas, ombros largos e peludo...kkk Brincadeira...hehe
Os pontos estão certos, apenas discordo um pouco do "pedido de telefone". Isso não contribui negativamente. Apenas sou um pouco precavido em relação a isso... hehe
Caro Heitor, as discussões para mim são o essencial para este blog.
Ae Tony, por mais que se pergunte, essa é uma preocupação clara de muitos, uma vez que em muito de nossa criação, o estigma do homossexual afeminado é apontado como o único.
Ulisses,
1) A palavra que usou - refém - traduz bem o que sinto nessa situação;
2) Em geral, quando percebo a afeminação, me desencanto na hora. É mais forte que eu.
3) Concordo com o que dizes. Afinal, se a pessoa é "óbvia" e sabe disso, não se assumir acaba criando um problema pior do que o inicial: virar chacota para as pessoas.
Abraços
Ragazzo, não quis dizer que você desrespeita e agride, foi apenas um comentário.
Acho que cheguei em seu ponto de vista. Há um receio em ser julgado, por outras pessoas e ser "jogado", digamos assim, ao grupo dos afeminados. Talvez um cert medo em ouvir "diga-me com quem andas e te direi quem és".
Un,
Também sou preconceituoso com afeminados e com masculinizadas. Acho que chega a ser uma vergonha pro ser humano se comportar como uma pessoa do sexo oposto. Se quer se sentir mulher, faça uma cirurgia, coloque um silicone e vá a luta.
Concordo com o rapaz que disse que olhar para dentro de nós não é fácil e ainda é assustador.
Abraços!
Que pregayça de ler todos os comentários.... ZZZzzzzz. Seu blog é bombante....
Sobre o seu post, creio seja normal sua reação. É aquela veja história do "nunca comi, mas sei que não gosto". Isso se aplica aqui, quiçá literalmente.... E é normal. Tem gente que gosta de musculosos, tem gente que curto ursos, tem gente que prefere os travestis...
No fim, existe preconceito interno em tudo, na gente e nos outros...
Você mora em um país fundado em preconceitos internos....por que com um afeminado seria diferente? Você, sendo bi poderia sofrer a mesma coisa...até mesmo não envolvendo a sexualidade, mas o físico.... Tenho amigos que não gostam de baixinhos, narigudos...you name it.
é do ser humano. E o que o ser humano não quer, ele não terá.
Olá... como disse da última vez que postei "estou acompanhando" e não podia deixar de colocar algumas observações... Acho que observações mais pessoais do que uma análise psicológica sobre o autor.
Ragazzo começo dizendo que adorei sua resposta as minhas colocações, no último post, e que não sei se você concorda com sua analista, mas a tese dela cai como uma luva para mim (sou um heterossexual que sai com caras para não assumir relacionamentos... kkkkk) Bom quanto ao post atual eu faço minhas as palavras de Liberal. Pior que fiz as perguntas colocadas por ele a mim mesmo e quando li sua resposta vi como você teve muito mais coragem de encará-las. No íntimo também ás encontrei. Meu grande temor em assumir pra mim mesmo que gostava de ficar com outros homens era essa esteriotipação de ser afeminado, como se uma coisa estivesse fundamentalmente ligada à outra. Fui criado em uma família também cheia de tradicionalismos onde trejeitos ou exposição excessiva de sentimentos era indício de homossexualidade. Apenas vim observar que poderia assumir minha opção sexual sem que para isso fosse preciso ter atitudes afeminadas outro dia, quando já estava bem crescido. Sempre pensei: porque preciso "ser mulher" só por que gosto de ficar com homens, se me sinto tão homem e tão másculo para também ficar com mulheres. Também eu em salas de bate papos prefiro os não afeminados e deixo sempre isso bem claro. Curioso é que outro dia passei pela mesma situação. Diferente de você, Ragazzo, dei prosseguimento a estória, embora o trejeito afeminado tenha me esfriado um pouco, mas para minha surpresa o cara podia até "miar" quando falava, mas na hora H "rungia" como um leão.
Gostei muito quando você colocou "... É possível que outros modos de se exercer a sexualidade estejam além do limite de seu amigo. Por isso é uma má pessoa? De modo algum. É apenas humano."
Quando resolvi contar as minhas duas grandes amigas sobre mim, pude ver essa questão do limite. Enquanto uma me apoiou e me deu força, a outra achou que eu estava doente. E chegou até a perguntar a minha amiga como podia fazer para me ajudar. Ajudar?! A que?!kkkkkkkkkkkkkkk
Não a culpo, nem muito menos a recrimino por isso... como você colocou, ela é apenas humana. Será que se estivesse no lugar dela e meu grande amigo chegasse com trejeitos afeminados (o que não foi o caso) dizendo-se bissexual não teria a mesma reação?!
Às vezes sinto falta de poder dividir certas situações dessa minha vida bissexual com elas, mas sei que nem sempre posso, ainda não é fácil para elas entender como até ontem eu era hetero e hoje estou me agarrando com outros rapazes sem me sentir culpado por isso. Como até ontem o assunto mais interessante e que chamava mais atenção é com quantas garotas sai e quantas beijei na boate sábado a noite... e hoje o assunto mais interessante (para mim) é o carinha que conheci, que conversamos no MSN e depois marcamos para conversar e que terminamos na cama.
Me disperso por aqui querido... deixando um grande abraço para todos que postam e fazem desse blog um celeiro de grandes reflexões não sobre o que é ser bissexual, mas o que é ser humano frente as nossas potencialidades e fraquezas.
oi, gosto muito d seu blog, as suas historias são muito interessantes, me inspirei e criei um tb, eh um blog novo, só postei uma historia ateh agora, mas eh verdadeira, tb sou bi e passo por situações parecidas com as q vc relata...
se quizer dá uma passado no meu blog e comenta tah! abraço e ancioso por uma nova aventura...
endereço do blog: contosdoarmario.blogspot.com
T Jok, já te conheço de outros posts... hehe Sei q não quis dizer isso. Qdo falei de agredir e desrespeitar, estava usando um contra-ponto querendo enfatizar que mesmo não fazendo isso, tem algo que faz eu me sentir mal: não tratar com naturalidade. E creio que um dos motivos é esse que vc apontou, de ser colocado em dúvida por conta dos outros, o que acho até meio egoista de minha parte.
Empregador, já pensei como você, mas creio que hoje discordo. Uma pessoa mais conservadora poderia partir dos mesmos pressupostos e dizer que "caras curtindo caras" e "meninas curtindo meninas" são uma vergonha. Hoje prefiro pensar que o melhor seria cada um exercer sua sexualidade sem que os outros ponham barreiras, bastando que isso não interfira no bem-estar do outro.
Clebs, falas de preconceito interno. Creio que expressa bem o que digo. É um preconceito velado, que talvez só eu mesmo saiba que existe ou sua intensidade, mas não deixa de existir. Mas creio que pensar e refletir sobre essas coisas que passam desapercebidas é que nos faz evoluir como pessoas
Wagner, pelo que vejo, passa por situações próximas das minhas. Eu mesmo tenho duas amigas para quem eu contei. A primeira, no início, ao me escutar falar de caras se incomodava, dizia que isso a machucava. A outra é mais sossegada, mas às vezes acho que ela deixou de me ver como homem piossível para ela e isso me atinge no ego. Quanto à expressão de sentimentos ser algo socialmente "mais feminino", creio que isso ficou tão forte para mim na criação, que com receio disso, acabo expressando muito pouco. Passo mesmo por frio às vezes.
Herenvaron, que bom que está gostando e que tenha servido de inspiração para abrir um. Daqui a pouco não terei mais leitores e interlocutores, pois cada um estará entretido com o pouco blog... kkkk
Logo que tiver um tempinho passo por lá com calma!
Abraços
obviamente eu não conheço uma parcela tão grande assim da população pra bater o martelo e dizer a estatística exata, mas a minha experiência (pequena) pessoal com o tipo "não sou nem curto afeminados" me leva a crer que isso é uma grande farsa! A maioria desse tipo que se auto-alardeia machão tbm não late... faz miau. Tento não parecer rude e preconceituoso, mas a brochada é muito instantânea.
Homem-primata, creio que o estigma do cara que curte caras afeminado é forte e a que mais aparece, pois os que não estão nesse grupo se escondem, com medo de serem identificados a ele. No fim das contas, fica um grupo grande de caras de boa se sentindo solitários em seu modo de ser. Talvez se essas pessoas se aproximassem e vissem que iguais existem fortalecesse a idéia que outros exercícios de sexualidade não precisam estar atrelados à feminilidade, por exemplo.
Abraços
Excelentes textos! Este, inclusive, poderia ser meu. Passei pela mesma situação msn/encontro/decepção/cinema/fuga. E o restante, sobre o fantasma do homem afeminado, abraça todos os meus conceitos, preconceitos e paranóias.
Parabéns pelo blog e pelos agradáveis e bem escritos textos.
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