quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Nada como um dia após o outro...

Há pouco mais de um ano, em uma época em que ainda não tinha a coragem suficiente para comprovar o que a intuição dizia, conheci um cara bastante interessante em uma reunião. Na época, nossa conversa se reteve basicamente a trivialidades e ao chimarrão, tradição de sua região de origem. Trocamos telefones, mas nunca nos ligamos. Nosso contato basicamente se manteve apenas por alguns acenos de longe em um ou outro almoço que coincidentemente fazíamos no mesmo local. A admiração continuava, assim como certa desconfiança. Afinal, como podia um cara bonito e interessante daqueles se manter solteiro por tanto tempo.

O tempo passa, e nessas coincidências da vida, algo insólito aconteceu. Peças de um puzzle se articularam de um modo único, como em um caminho de dominós em que cada tablete é essencial para que o último tenha a possibilidade de cair. Um encontro entre armariados me possibilitou um contato, que me apresentou a um amigo. Este a outro, que em um momento comentou sobre um colega que tinha em minha cidade. Ele só não esperava que eu o conhecesse. Na hora ficou embaraçado e disse: “Caramba! Acho que acabei de entregar o armário de um cara!”. Sorri. Na linha final daquele fio de relações se encontrava o mesmo cara de um ano atrás.

Fiquei em uma posição privilegiada. Sabia que ele curtia caras, mas ele não sabia de mim. Tendo tudo arquitetado, chamei-o para sair, com a desculpa [ultra-esfarrapada] de pedir algumas dicas sobre a região de onde ele era, uma vez que para lá viajaria.

No dia D, já no bar, por cima da mesa falavámos de futebol, trabalho e filmes olhando-nos nos olhos como dois amigões com intimidade de anos. Ao sentir que o cativava, debaixo da mesa comecei a aliciar uma aproximação entre as pernas. Pernas que se encostam em um movimento [não-]intencional, fala que treme, calças que se enchem. Tudo explícito e implícito ao mesmo tempo.

Cheguei em sua casa ainda com o fantasma do “Será que entendi algo errado? Vou ou não vou?”. Contudo, tais receios já eram secundários. A energia entre nós já se expressava por si de modo claro. E, em meio àquele frio, dois corpos resolveram se aquecer, naturalmente, sem excesso de palavras, sem necessidade de explicações sobre o que fazíamos, respeitando o tempo da conquista, sem pressa, em fluxo.

E o melhor: depois daquele dia houve outros.

17 comentários:

Anônimo disse...

Carambe, hein? Que coincidência...
E mesmo sabendo que o cara curtia, mesmo após a paquera na mesa do bar, ainda havia um pouco de receio de que tudo não passasse de um mal entendido.
Imagine então a grande dificuldade para investir em um cara que não sabemos sequer se curte homens?
Fico pensando se algum dia chegarei a isso...

T Jok disse...

po,isso sempre acontece comigo. Ffoi o caso do meu namorado ,nao sabia se era ou nao era, ate que um dia a cerveja fez a fofoca. hahaha
Ragazzo anda muito reflexivo. Eu digo, além do esperado.

Nowhere Man disse...

T Jok,

E isso não é bom? (o Ragazzo andar mto reflexivo)?

Mas o interessante é como que essas coisas acontecem com ele! É um armariado revelando outro, um cara no elevador que não sabia dele revelando sobre outro que ele não sabia, além de tudo mais.

Bem, que o Ragazzo continue c/ essa sorte, pq quem tem a agradecer somos nós que podemos ler tudo por aqui! :-)

T Jok disse...

Sim, claro (eu acho).
Ele já mudou um pouco o foco da reflexão. Antes era uma reflexão sobre: "porra, sou bi, será vou pro ceu?" HAHAHAHAHAHA
agora ele anda mais focado no: "porra, encontrei um cara legal mas será que eu exijo demais?" rsrs
ou "Encontrei um cara legal, mas não, deve ter alguma coisa de ruim ali".

Como diz um personagem de um livro que li:
"Nada de bom pode vir de tanta beleza. Satan na porra de um bonito chapeu dominical."

hahahahaha

abração.

Ricardo A.M. disse...

Hum, isso explica um pouco do seu sumiço - mas não pense que você se livrou de virar assunto... Bom, eu acho que se você lembra da nossa conversa, já entendeu (gargalhadas).

Abraços, meu caro. Saudades.

Paulistano disse...

É, como falamos... este mundo é um ovo - de codorna.

Eu torço para que seja a pessoa certa pra você. E que dure enquanto for bom pra ambos.

Abração

Paulo César disse...

Ragazzo

Estou curioso...mas torcendo!

Como será que vai acabar?

1. O cara tem uma verruga em local desconhecido?
2. Fala besteira?
3. Desmunheca?
4. Tem voz de pato?
5. Fica ligando e mandando sms?

Espero que não. E que nos brinde com um cara legal. O que você, de fato, merece, amigo!!

Senhores, façam suas apostas. E que rufem os tambores!

PS: Cadê os caras da breja no Rio? Nehhuma manifestação. Posto pouco, mas o Ragazzo sabe que sou um cara legal.

Abraço

Discípulo disse...

Sicronicidade! Jung explica! ;-)

Spark disse...

Tá namorando,
tá namorando...


(aquele bem criança)

Luan disse...

hehehe best friend with benefits.

todo mundo precisa, ne, ragazzo?

vou aparecer essa semana, pq nao consigo mais ficar so falando que to com saudade de falar contigo.

bração!

Anônimo disse...

Fico muito satisfeito com essa partilha! Seja feliz! Abraços! Marcelo.

Un ragazzo disse...

Ae pessoal, a coisa não está tão fácil e às mil maravilhas como parece.. hehe
Tô em uma viagem de negócios que durará 20 dias. E como todos sabem, distância não é a melhor forma de se começar algo.

Agora, T Jok, exímio observador, hein? Concordo com essa mudança de foco. Acho até que uma hora qq tenho que escrever sobre isso.

Paulo, vamos ver no que vai dar, mas acho que tô cada vez apostando menos...

Abraços!!

T Jok disse...

Opa Paulo, estamos aqui. Bom, quer dizer, eu estou aqui. Nossa cerva deve acontecer em meados de setembro, ou seja, nao suma igual o Pink fez.
falando em parceiros...

CHRIS CADE VC DESGRAÇADO?!? AUHAUHAUHHUAUHAUH

ps: Observador? quem? que nada, é a sua imaginação. :D

abração a todos

Paulo César disse...

T Jok, me adicionaste no msn? cs1212_hotm@hotmail.com

Faça-o

Abraço

Paulo Cesar

Tiago disse...

Fico também espantado em como o mundo é pequeno. Essa ideia de que a gente pode fazer o que quiser do outro lado do mundo que nunca mais vamos ver ninguém é balela. Já reencontrei pessoas de países diferentes em outros lugares, coisas realmente de muita coincidência.
E uma pequena correção: houve outros. Verbo haver, com sentido de existir, é invariável (lembrou da cantilena da professora de português :P)

Un ragazzo disse...

Ae Tiago,

realmente essas coincidências acontecem. Já aconteceu mais de uma vez de eu encontrar algum conhecido a mais de 5000 km do que o esperado.

O pior é haver tal encontro quando não queremos ser encontrados... hehe

Quanto ao "houveram", realmente foi um deslize, que já foi contornado... hehe

Abraços!

T Jok disse...

Pauto, está adicionado.
abração