domingo, 20 de setembro de 2009

Top or bottom?

Em chats, conversas de msn e mecanismos de conhecimento em geral volta e meia a célebre frase aparece:

"Você é ativo ou passivo?"

E digo, em geral me desinteresso da pessoa ao escutar essa pergunta. Minha resposta de praxe é: "Não sou homem de receitas. Tudo depende muito do clima, do contexto, da pessoa com quem se está junto etc.".

É... mas isso é apenas meia verdade.

Certa vez, na cama com um cara com quem eu já tinha certa intimidade, após algumas tentativas minhas de ir um pouco além do que até então tínhamos ido, este me falou algo que me fez muito pensar.

- Ragazzo, você me dá muito tesão e eu só não dou para você por um único motivo: porque sei que no fundo você não encara a passividade muito bem.

Ia retrucar, mas engoli a seco essa afirmação, pois sabia que tinha um bocado de verdade nela.

Por mais que em discurso eu diga que não há diferença, na prática sei que a coisa não é tão simples assim. Prova disso é que já saio com caras há mais de 10 anos e nunca fui passivo na relação. E assumo, com certo constrangimento irracional, que já tive vontade algumas vezes.

Por um lado, sexo é sexo. É entrega, é envolvimento. E daí não fazer sentido se atribuir aprioristicamente os papéis a cada um. Por outro, há todo um respaldo social para a desvalorização daquele que se deixa invadir, que assume a possibilidade de receber.

Acabo usando a desculpa esfarrapada do receio da dor, que não faz sentido fazer algo que não me dá prazer etc. Na verdade, o buraco é mais embaixo. Por mais reflexivo que eu seja, sei que tenho [muitos] preconceitos. E aí reside a razão de escrever sobre isso. Poderia maquiá-los, encobrindo-os com um discurso. Prefiro expressar o duelo entre aquilo que racionalmente já está claro e aquilo que emocionalmente ainda incomoda.

32 comentários:

Anônimo disse...

Um preconceito arraigado é mais difícil de ser quebrado que a mais resistente das muralhas.

Já se passaram 10 anos e nunca foi passivo? Talvez precise de mais 10 anos para vencer o preconceito e conseguir se doar dessa forma. E talvez seja apenas uma questão de gosto. Por que não querer ser passivo tem que ser por preconceito? O ser humano é muito complexo para se reduzir dessa forma. E o Ragazzo mais ainda. Mas isso só você mesmo pode responder.

Anônimo disse...

Lindo! Que bom você ter coragem de tocar nesse assunto! Também tenho preconceitos com essa questão, mas já um pouco trabalhados. Namorar ajudar a enfrentar essas questões mais espinhosas! Abraço!

Uomo disse...

Tô rosa chiclete!!!
Brincadeira...
Ragazzo, acredito q na verdade vc tomar a iniciativa de falar sobre o assunto no blog, mostrando seus preconceitos, é pq necessita resolver essa questão consigo mesmo. E sente-se capaz de resolver ou de que precisa começar a pensar no assunto. E se libertar de mais uma amarra.
Tbm comungo contigo qndo diz não existir essa de passivo ou ativo, tudo depende do clima, do momento.
Entendo qndo diz "a desvalorização daquele que se deixa invadir", embora não concorde. Acho pesado demais a expressão.
Vamos ver o q a galera posta.
abração!!!

Uomo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Boy 22A disse...

Olá Ragazzo. Aqui é o Boy 22A, da comunidade que vc freqüenta.
Pois bem, de todas as suas postagens, esta foi a que pessoalmente mais me identifiquei.

Bom, a minha vida sexual é ativa há 5 anos e nunca consegui ser passivo. Apesar de não sentir necessidade, confesso que com caras certos em momentos certos já senti vontade, mas nunca consegui superar todos os valores sociais que eu associo automaticamente quando me vejo neste papel.
E mais hipocritamente, o pior é que eu não sinto preconceito dos passivos e não faço todas estas associações de valores sociais com eles, mas quando EU sou o sujeito em questão, tudo muda.
E eu me condeno ainda mais por ser uma pessoa da área da antropologia e das ciências humanas, porque acesso e contato com este tipo de informação eu tenho e trabalho muito bem com isso, mas aplicar ao meu caso, não consigo.
Não estou dizendo que sou infeliz por não ser passivo, não é isso. Estou dizendo que em alguns momentos específicos tive vontade e a única implicação foi meu próprio preconceito, mascarado e inexplicável.
Sabe, quando penso nisso percebo que no fundo preciso me conhecer melhor. Sim, pela lógica, ao se conhecer melhor, a gente tende a se aceitar por completo. E ao se aceitar por completo, acredito que estes preconceitos seja desfeitos, superados. E, pessoalmente, acredito que este é um caminho de se ser mais feliz do que somos hoje. São alguns pontos de i's que eu acho que fazem a diferença.

Bom, vamo que vamo. É a primeira vez que falo sobre isso tbm. E nem doeu. Rs.
Abração, meu caro.

Diego Hatake disse...

Nossa, sério isso? Acho esse negócio de se sentir depreciado por ser passivo a coisa mais estúpida do mundo, coisa pré-histórica... Sexo rolando é o que vale.
Esse negócio de "sou só ativo" ou "sou só passivo" pra mim é o fim. Ou é total flex ou então bye bye! XD
E não estou te criticando, mas é que na minha opinião isso não tem nada a ver.

... 41xdx disse...

Quado era mais novo, tipo, 18, 19 anos, tinha esse tipo de pensamento ao qual o texto fala. Mas com o tempo, pude pereceber que isso era coisa de minha cabeça. Além disso, quando se ama de verdade, não podem haver barreiras para o sexo.
Isso só se aprende com o tempo. Hoje, aos meus 25 anos, me sinto mais completo sendo ATV/PASS.
Bjus

Anônimo disse...

Então o Ragazzo mente para capturar suas presas?!? Seduz dizendo que tudo é possível, quando na verdade, seus limites são bem claros?!? hehehe

Ragazzo, me identifiquei com a postura do teu amigo.

Dia desses encontrei um cara legal num desses chats da vida. Na verdade, nos conhecíamos antes, mas não sabíamos do armário um do outro. Ainda sem saber quem era quem, a abordagem/limites dele fizeram com que eu "me trancasse". É desses que diz "não dou e nem chupo. Só meto."

Ôxe! Tá pensando que sou um buraco?!?

T Jok disse...

Top?Bottom?
Wanker

uhauahuhauhauhahauauhuahuhauh
gostei da frase Ulisses.

Caco disse...

Ainda há muitos preconceitos em relação ao sexo anal. O negócio é experimentar e tentar ser mais flexível. E ninguém precisa saber, é uma coisa íntima, entre você e o seu homem.

T Jok disse...

concordo com o Caco, por isso nao respondi ;0

ps: ultimamente o Ragazzo tá pegando pesado nos posts haha..
quero voltar a comentar rsrs

e a campanha continua....
CHRIS CADÊ VC?!?

Chris disse...

Ragazzo, T Jok, Pessoal, voltei!!!
Ando "sumido" pq mudei de trabalho e estou sem net em casa. No trabalho não posso acessar nada "suspeito" e como ando chegando muito tarde, nem dá pra ir a uma lan house (onde estou agora). Tá super difícil acompanhar o blog, meus emails pessoais, msn, etc. Mas são ossos do oficio. Assim que colocar net em casa novamente (culpa da Telecômica), fica mais fácil e aparecerei com mais frequencia.

Ragazzo,
Li os ultimos posts meio as pressas e vou comentar apenas esse por enquanto.

- Se precisar de uma ajuda pra superar esse pavor de ser PASS, pode contar comigo! Amigo é pra essas coisas. rsrs

- Diz um amigo meu: no começo dói, mas é gostoso; depois é só gostoso... rs

Falando sério agora. Eu tb sofro do mesmo mal e já "deixei" um relacionamento com um cara muito bacana por causa disso. Por um lado ele reclamava e por outro, eu me sentia muito egoista. É froids mesmo. Entretanto, é curioso que no primeiro relacionamento que tive com homem - que durou 4 anos, ambos "eram ativos" e ambos cedemos (UI...) rs. Mas depois dele, nunca consegui com mais ninguém. Acho que depende do envolvimento, do afeto. Tem que ser o cara certo, então acho que nem precisa encanar com todos os que saímos (parececem tantos falando assim...).

Acho que devem existir pessoas que gostam igualmente de ser ATV ou PAS, contudo, eu posso afirmar que no meu caso, eu sou e gosto de ser ATV. As vezez deixo claro que isso é regra e as vezes não. Mas assim como eu respeito caras que gostam mesmo é de dar (gostam mesmo!), eu tb gostaria que respeitassem minha preferência, se eu falar que talvez não role ou realmente que não vai rolar. Mas é complicado. E pior, a maioria dos caras que saí também queriam me comer (WTF??? baixei o nível...) ahuahahauahauhua situação complicada...

Como já foi mencionado antes, acho que o clima e envolvimento são essenciais para ajudar. Um bom vinho também deve ajudar.. Ou uma dose de Tequila, ou Vodka... rs

T Jok, meu caro!

Faz tempo né?! Ando muito corrido mesmo. vi que vc está promovendo uma campanha. rs Fiquei lisonjeado. Mas estou aqui para continuarmos com nosso plano. O que iremos fazer hoje a noite?

Ah, os planos para ir a sua cidade continuam e estou tentado fechar para o feriado que vem (se eu não for trabalhar). Te aviso antes!

Abs a todos!

T Jok disse...

OBAAAAAAAAAAA ELE VOLTOU!!!!
(pulando igual uma criancinha quando ganha um doce)

UHAUHAUHAUHAHUAUH PQP

fedepe

comente os posts :D

T Jok disse...

WTF?! Chris, por onde tu andou??
voltou ate mais pervertido rsrs

Uomo disse...

Ulisses, menino não é q encontrei um desse tipo outro dia (não dou e nem chupo. Só meto). Mandei pastar...
Pois é... postei algo ontem e depois fiquei pensando. Não é interessante... vivemos no armario pq existe um forte preconceito que ameaça nos "devorar". Contudo, dentro de nos, questões mal resolvidas sobre esse mesmo preconceito, faz com que nos comparemos aos mesmos homofobicos q podem nos "devorar". Não estou imune... e tbm por vezes tento esconder a poeira pra debaixo do tapete... ate q não dá mais... e a solução é rever meus conceitos. Q bom q pelo menos revejo meus conceitos... tem tantos outros q preferem viver foragido, fugindo de si mesmo.

Ragazzo querido... abração!!!

Luciano disse...

Acho um absurdo um cara que transa com homens ter barreiras quando se trata de ser passivo porque isso afetará sua masculinidade. Independentemente de sermos ativos ou passivos, não deixamos de ser gays ou bissexuais e não deixamos de ter atração por homens. Sei que a verdade pra muitos dói, mas aceitem o fato de que vocês não são héteros. Se for apenas uma questão de desconforto físico e falta de prazer em ser passivo, tudo bem. Agora, paranóia em ser passivo por causa da masculinidade é demais. Pensando por esse lado de qual dos dois papéis faz um homem mais ou menos másculo, a gente poderia pensar pelo lado de que o ativo é menos másculo e mais gay. Afinal de contas, apesar de haver tanta mulher pra dar e vender por aí e com tanta falta de homem no mercado pra elas, o cara ainda quer meter em homem é porque ele gosta mesmo é de macho. Odeio quando certos homens ao serem perguntados se são gays ou bissexuais, dizem que são ativos, como se tivessem vergonha de se assumirem e como se ser ativo e passivo fosse orientação sexual. Esses, eu descarto na hora. Acho que eles precisam de um psicólogo antes de um macho pra trepar. Se são ativos e héteros, então, que vão ser ativos com uma mulher. Acho que se o cara transa com homem, é porque ele sente tesão por homem. E isso elimina qualquer hipótese de heterossexualidade. Héteros gostam de mulher e ponto final. Nem se imaginam trepando com outro homem.

Alysson disse...

Ragazzo, o mais importante é você reconhecer sua limitação em trabalhar nisso e ter a consciência de que isso não é nada demais. Esse é o primeiro passo pra trabalhar isso, se essa for sua vontade.

E que dualidade no seu post... ao mesmo tempo que você detesta o rótulo de "homem de receitas", você também fica constrangido em reconhecer que já desejou estar no momento passivo do sexo. É exatamente esse paradoxo em cada um de nós que nos faz únicos, inexplicáveis e, como você mesmo afirmou num post passado, incompatíveis com rótulos.

Eu tenho plena convicção de que na grande maioria dos casos, o preconceito com o elemento passivo no sexo homossexual vem puramente de um pensamento machista, moralista e muito idiota de que "gay é quem dá" e "quem come é o machão". É um reflexo estranho do "padrão heterossexual" de se fazer sexo sendo imposto em uma outra realidade onde as possibilidades são outras, diferentes; afinal, entre lésbicas se discute quem é a ativa e quem é a passiva? Claro que não! Isso porque também existem possibilidades diferentes. Mas lembre-se, os objetivos são iguais: doação, prazer, satisfação, entre outros.

Por outro lado, as pessoas gostam de algumas coisas e detestam outras. Por que exigir de alguém algo que ele não gosta e não quer? Vale a pena forçar a prática daquilo que você não está apto a tentar?

Na prática, já fui ativo e passivo, e só consigo me sentir plenamente satisfeito quando existe espaço pra ambos. Concordo totalmente com o que disse o Diego Hatake: "Ou é total flex ou então bye bye!", rsrs.

Excelente post e, provavelmente, bem polêmico, viu?
Abração Ragazzo!!!

Un ragazzo disse...

Caracas, pessoal. Sabia que o tema era polêmico, mas não imaginei q os comments seriam tão variados, indo do apoio e da identificação à repúdia.

Como são muitos, não conseguirei responder a todos.

Antes de continuar, para os que se sentiram ofendidos com o teor do post, gostaria de frisar que tal preconceito não é algo do qual me orgulho e é sobre a diferença entre meu discurso e minha ação que falei.

Tampouco acho que é simples como alguns apontaram. Ao menos não é pra mim. Seria inocência não assumir que socialmente de um modo geral a passividade não é bem-vista. Claro que isso é uma tremenda bobeira, mas é cultural. Masculinidade ainda é muito atrelada à atividade (modos de ser ativo) e dependendo do modo como somos criados, essa idéia pode ser mais ou menos forte.

Assim, creio que para uns isso pode ser um calo. Para outros, algo nada a ver. Para mim, falar sobre isso já foi dogma. Familiarmente, fui criado com preceitos bastante tradicionais sobre o assunto. Na adolescência, todos os amigos (e eu na mesma onda) faziam piadas sobre o assunto. Impossível o preconceito não arraigar-se de um modo ou deo outro. Contudo, decidi pensar e lidar com ele e esse para mim é o diferencial. Agora, o tempo para sanar isso cada um tem o seu.

Outro ponto, a questão de gosto. Creio que muitas vezes (mas friso que não quero generalizar), que nos escondemos atrás de tal desculpa. Uma coisa é não gostar após ter experimentado. Outra coisa é dizer que não gosta sem nunca ter tentado. Muitas vezes o discurso é um esconderijo e daqueles tão bons que nós mesmos não percebemos que estamos escondidos...

Abraços

PS: Chris, ótimo tê-lo de volta!!!

PS2: Se não fosse ser padrinho em um casamento no próximo feriado, dava um jeito de me juntar a vcs no Grande Encontro.. hehe

T Jok disse...

hahah excuse master!

IM KIDDING! lol

T Jok disse...

Caraca, acabei de ter uma ideia muito melhor.
Ragazzo -> padrinho de casamento = muita cerveja.

Chris! Vamos mudar os planos!!!
seremos convidados surpresa(penetra não!) desse casório!!!!

Luan disse...

ow, nem respondo essas perguntas de chat.

mas nao consigo fugir de uns rotulos e me assusto sempre. hehehe

bração!

Amanzzo disse...

Meu caro Regazzo,esqeci de falar sore isso na mensagem, mas não vejo problemas nesses rótulos não, somos adesivados com eles desde o momento que nascemos, com nossos nomes por exemplo, fando nisso me lembrou um texto qe escrevi sobre o assunto a algum tento tentarei encontra-lo e coloca-lo no blog,e dentro de quatro paredes desde que não seja algo ilegal vale-tudo pra se obter prazer.

Abração

Amanzzo disse...

sobre*isso, falando* nisso,algum tempo*.

tente pensar que estes rotúlos servem apenas para aproximar semelhantes,uma caracteristica em comum.

PS:Isso que da postar comentários sem revisa-los antes, passa a impressão de analfabeto.


Abração

Chris disse...

T Jok,
Nem te conto por onde andei...rs Brinks! Ando mesmo é trampando demais.

Já sabemos a data da cervejada, ops, do casamento! Agora só temos que descobrir os outros detalhes. E vamos embebedar o Ragazzo pra descobrir todos os (outros) segredos dele! Ops, apaga isso.. deixa ele ler não!

Ragazzo, Demais,
Voltando ao post... Acho que é por 90% de preconceito que temos tanto pavor do ato passivo. Digo, conosco mesmo, não com os outros. Citando-me como exemplo (já que fantasio demais), ao menor sinal de que, num determinado momento, eu poderia dar a bunda (sem palavras bonitas pq é assim mesmo), eu já fico todo tenso imaginando o depois - No espelho: "Eu dei a bunda", Encarando o sujeito pensativo: "Ele deu a bunda".. Aff (ui). rs. Soa tão pesado! Mas é ridículo pensar assim. Não penso assim dos outros caras que saí. Egoísmo? Insensatez? Medo? o que?? Fico muito encucado e acho q isso ajuda a travar!

Por outro lado, não tenho preconceito nenhum para quem quer dar (se for pra mim então.. desculpem, não resisti..rs) e mais ainda: se alguns gostam tanto que até pedem mais (vai, assim, isso, continua, não para, com força, ops... desculpem novamente), não deve ser ruim - pelo contrário. E fico confuso. As vezes até tentado, mas não rola (sem acento rs), não vai.

Na teoria até parece fácil de entender, mas na prática é um fiasco.

Não desanimemos porque lembrei de um ditado: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura! (to cada vez pior.. sorry).

Mas ainda acho que pode/vai acontecer com o cara certo. Só esperar. Sem pressa, sem neuras. Entretanto, no meu humilde ponto de vista, acho importante falar sobre isso (se convir, é claro) e respeitarmos os limites/obstáculos/tempo/neuras/frescuras de cada um e mutuamente.

Abs a todos!

O CARA disse...

Total flex? to fora...
Eu curto ser passivo e pronto. Nunca entendi a neurose de muitos de dizer essa frase.
Também acho meio ridículo ficar se intitulando ativo sendo que ocasionalmente sente vontade de dar. Se esse é o caso, pq não diz logo no início que é versátil? q bobagem de preconceito imbecil... só serve p fazer propaganda enganosa e atrasar a vida de quem ta procurando determinada parada. E se vc é versátil e quer "amplas possibilidades" procure outros versáteis ué.. a grande maioria curte fazer os dois papeis (independente se aceitam ou n fazê-lo), mas podem ter certeza que existe muitos que só curtem ser passivos e muitos que só curtem ser ativo. Não tem nada a ver com limites da cama ou auto-aceitação, nesses casos o cara simplesmente n sente prazer fazendo o outro papel e pronto.

RP disse...

O que determina as preferências sexuais dos gays na cama (ou sofá, chão, escada, elevador, banheiro, cozinha... ooops, desculpem o devaneio)? O que faz alguém se autodenominar passivo ou ativo?

O Prazer que sente... ou... a imagem que quer passar... ou ainda... a imagem que quer ter de si mesmo?

Pensando um pouco na orientação do homem em relação a sexo, talvez seja possível encontrar uma resposta. A nossa cultura machista não faz com que os homens em geral supervalorizem sua postura e criem estereótipos sobre ativos e passivos? Afinal de contas é comum ver as pessoas associando a imagem do passivo a um ser feminino e do ativo a um ser masculino.

Nos “chats” de sexo, quando questionados sobre suas preferências sexuais, não raro se lê “Fulano diz: Sou Passivo.”...passam alguns segundos, e antes que você diga algo... “Fulano diz: Mas sou macho”, como se isso fosse uma raridade. Esquece-se que existe muito MACHO que gosta de ser passivo e muita “FÊMEA” querendo ser ativo.

Essa associação para quem mora numa cidade pequena, de costumes rígidos e famílias tradicionais, é ainda mais forte.

Dessa forma não estaria a questão ativo x passivo muito mais ligada ao comportamento - psicologia - e não ao ato de penetração (e o prazer proporcionado por ela) em si?

Então o ativo procura se sentir “macho alpha” e o passivo se sentir “fêmea”?

O sexo tornou-se uma maneira de se formar “hierarquia social” e não de prazer? Ou o prazer está diretamente relacionado à “hierarquia social”?

Estamos na era da volta da panqueca (como se chamavam – eles mesmos - os gays que eram tanto ativos quanto passivos nos anos 60), porém agora com nova embalagem e sabores: São os que se autodenominam versáteis, ativos versáteis, passivos versáteis, ativos liberais, passivos liberais e outras tantas que o humilde escritor que vos dirige os pensamentos mal pode lembrar.

Seria uma forma de o passivo fugir do estereótipo de efeminado? Seria uma forma de todos fugirem da situação de irem para cama (pré) obrigados a agirem de determinada maneira? Ou estão todos com um nível de autoconhecimento bem elevado que não precisam experimentar mais nada?

Tantas denominações não nos faz correr o risco de cairmos num outro padrão: O de que tudo é permitido e somos obrigados fazer determinada coisa que não estamos muito “afim”, ou fazer concessões em nome de um rótulo que nós mesmos nos demos?

E se um homem perde todos os seus preconceitos, e ainda sim prefere ser ativo (pois é assim que descobriu sentir mais prazer)? Ele será sempre obrigado a “pegar”, “dominar” e “decidir” os rumos da relação sexual? Ser “alpha”? Sempre?

As PREFERÊNCIAS existem, formas como cada um sente mais prazer sexual e formas como cada um NÃO sente prazer sexual. Mas você já parou para pensar nos motivos que determinam as suas? Experiência, pressão cultural ou “eu ideal” (a forma como você gostaria de ser visto).

Não seria um pouco de tudo isso?

Conhecer-se a fundo (seus paradigmas, desejos, prazeres e desprazeres) é uma forma de poder usar seu equipamento (Você!) com mais acertividade em busca da felicidade e do prazer.

Enjoy!!!

Postado em www.primodointerior.blogspot.com.br em 13.5.09.

T Jok disse...

Esse é "meu" Chris!! (hahahaha tomo logo a posse) :P

Caraca, voltou com tudo.

Ah garoto!!!

T Jok disse...

Arrasou heim RP :P
Otimo post tb esse do blog citado.

Anônimo disse...

Cara achei esse blog simples mas ao mesmo tempo incrível.

Em primeiro lugar, parabéns pela escrita, ótima.

Realmente esse é um assusto chato, gostei quando você falou mais ou menos que cada um não se deve prestar a um único papel, afinal é uma relação a dois, os dois têm sentimentos e não um homem com um boneco... e tipo, eu fico sentido pq meu namorado é só ativo, e não tenho vergonha de dizer que com ele sou só passivo, mas sinto que se eu não fizer isso a relação irá ficar estranha, será que ele realmente gosta de mim? Isso de ativo e passivo (esteriótipos) é mais do que só isso, e ao mesmo tempo menos... pq muitas das vezes é apenas isso que sustenta uma relação, sendo que jamais deveria ser assim.

valeu, adorei de coração o teu blog.

A. G.

Unknown disse...

Ragazzo... O que mais me chamou atenção desse pst foi vc dizer que perde o interessse quando é feita a pergunta sobre preferência...

... Sinceramente. não gosto de fazer essa pergunta...

MAs infelizmente na minha opinião... essa pergunta é mais q necessaria para começarmos a projetar a pessoa q anda nã conhecemos...Mesmo pra mim que não se importa com os limites do clima...

Anônimo disse...

acabei lendo o seu blog por acaso e fiquei impressionada com a maneira como vc coloca essas questoes tao intimas e que sao comuns a tantas pessoas.seja no tipo de relaçao que for, o que importa de fato é a entrega. creio q a vida é feita de momentos e q se temos vontade de aproveita-los devemos ir em frente e se nao queremos é so nao fazer e seguir em frente, sem culpas.tememos o q desconhecemos e o maximo que pode acontecer é vc gostar ou nao de ser passivo. so vai saber se experimentar. forte abraço

Rafael Logos disse...

Primeiro, pelas datas aqui imagino que alguém demorará a comentar algo que eu disser, mas tá valendo.
Bem... é complicado pensar em passividade. Luciano atingiu um ponto crucial: Gays e héteros se diferenciam em um ponto, o outro. E quando esse outro é homem, todas as possibilidades estão abertas. É esse o problema. As possibilidades são variadas, e quando a dúvida é suscitada, perde-se o chão a dúvida sempre foi o problema de toda a humanidade. Ao ter a dúvida de se aquilo é moralmente certo, se é socialmente aceito, tudo desmorona e atitudes que podem ser tomadas por qualquer um são colocadas como possíveis desvalorizadores. Até a própria aceitação do gay passa por esse processo. É certo eu ser gay?! Isso não é socialmente ou moralmente aceito. Estou fazendo errado?! No entanto conseguimos resolver essas questões trabalhando o que pensamos e se podemos considerar ou reconsiderar alguma coisa.
Para mim é ainda mais complicado, pois nunca me senti assim, menor por ser passivo. Minha vida sexual é ativa a apenas 1 ano, então para mim é mais complicado pensar que sendo passivo estou errado, porque já fui muitas vezes, no entanto já fui ativo e ser ativo me fez mais completo. É como se eu pudesse ser eu e outro "eu" ao mesmo tempo. (Muito loko né, e olhe que eu estou no meu total estado mental). Sinto várias vezes que o passivo tem um papel menor e só me senti incomodado uma vez com isso, já que apesar de tudo, é ele o invadido, tem muito sentimento envolvido. Entendo o medo do Ragazzo e é medo de vários outros como se pode ver nos posts. No entanto e como eu já disse o outro é homem só ele pode entender, aprender com você, repreendê-lo ou te ajudar. Ás vezes a questão pode morar, não em você e sim no outro.

P.S.: Gostei muito da postagem do RP é isso mesmo. Homens e mulheres, passivos e ativos, é complicado de se pensar dessa maneira.