terça-feira, 6 de outubro de 2009

O Bom Samaritano

É... em momentos em que preciso pensar para tomar uma decisão, prefiro não falar sobre o "problema". É um modo de ir digerindo-o aos poucos, saboreando cada parte do que se passa. Nesse movimento atento, quero descobrir se gosto ou não do gosto novo e o porquê disso. E no meio tempo, por que não uma história antiga? Uma daquelas que não foram importantes, a ponto de sumirem da sua mente, mas que volta e meia são lembradas com certo sorriso no canto da boca.

Certa vez em uma cidade praiana há não muito tempo, fui a um bar com um amigo. Ali me entretive em uma outra roda de pessoas e meu amigo, tendo que acordar cedo no dia seguinte, foi embora. Eu, animado com a conversa, decidi ficar mais.

Muitos causos e gargalhadas depois, já no alto da madrugada, paguei minha conta, o bar fechou, nos despedimos e fui embora. Pensei: agora é só pegar um táxi e dormir como um anjo.

Pensei errado. Cinco minutos depois me dei conta que algo tinha acontecido com minha carteira. No grau alcoolico em que estava, não sabia se tinha sido furtado ou se a havia perdido. De qualquer modo, isso era o que menos importava. Os fatos eram simples: estava sem carteira e sem celular [havia deixado na casa de meu amigo] em uma cidade em que não conhecia quase ninguém.

Racionalmente [ao menos na razão que a bebida me permitia naquele momento] decidi que iria a pé. Sabia que bastava contornar a avenida da praia e uma hora chegaria na casa de meu amigo. Só não sabia a distância. E para isso, ao ver um cara bonitão passar, decidi descobrir.

- Falae Grande, tal lugar fica a quanto tempo a pé daqui?

- Tá louco? A pé tu só chega amanhã. É muito longe. Pega um táxi.

Contei o que havia acontecido.

- Ah cara, que azar. Tu tem que tomar mais cuidado por aqui. De qualquer modo, tu parece de boa. Eu te empresto a grana pra um ônibus que roda a noite toda. Ir a pé, além de longe, é perigoso. Mas tô sem grana aqui, que desci só pra dar uma volta porque discuti com minha namorada. Moro a duas quadras daqui. Vamos comigo, que eu pego a grana pra ti.

Fomos juntos. Ele cumprimentou o porteiro. Entramos e subimos ao andar dele. Ele pediu pra eu ficar fora do apartamento, pois a barra lá não tava boa por conta da namorada. Ele entrou.

Nova discussão do casal. Eu, no hall, escutava tudo extremamente constrangido. Ficava imaginando a namorada dele saindo pra xingar o "vagabundo do hall", novo amigo do namorado que só aprontava. Minha vontade era de sair correndo o quanto antes. E quando estava prestes a fazer isso, o cara voltou.

Ele chegou e a primeira coisa que fez foi me dar o dinheiro. Agradeci e fui guardá-lo. Nisso, ele foi me levando para as escadas. Demorou para eu perceber que enquanto eu enfiava a mão no bolso, uma outra mão entrava na minha calça. Creio que estava tão nervoso com a situação que demorou para cair a ficha do que estava acontecendo. Foram 5 segundos de apatia total [sorte que ele foi devagar a ponto de eu me reconstituir]. Quando me dei conta, olhei pra ele e pensei: Por que não?

E a namorada barraqueira do cara, do lado de dentro do apartamento, emburrada provavelmente por uma besteira qualquer mal imaginava que o namorado chupava um cara nas escadas de emergência, a poucos passos dela.

Na volta, ainda não acreditava no que aconteceu. No ônibus, tentava a todo custo lembrar do telefone que ele me havia passado para no outro dia termos mais tempo para continuar o que começamos. Foi uma frustração quando, no meio do caminho, entre um pulo e outro do ônibus, percebi que já não tinha a menor idéia do número [nem do nome dele].

Nunca mais o vi.

17 comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Oh my God! isto não poooooooode ....

bjux

;-)

Kriok disse...

Ragazzo, tem certas coisas que parece que só acontecem com você!!! kkkkkkkkk

abços!

Inside Spike ?? disse...

No escurinho da escada
Chupando drops de anis
Longe de qualquer problema
Perto de um final feliz...

xP

RP disse...

Cara, achei que essas coisas só aconteciam comigo.
Ser agarrado no banheiro da faculdade, sexo na sala do entrevistador ou com Alguem que cruzei na praia.
ADORO!!!
Ngm acredita....

Chris disse...

Ahuahahuahhauhua!

Comigo já aconteceu tb e a história é muito parecida: Eu tinha sido assaltado neste dia e fui fazer B.O. só depois que saí do trampo: as 22hrs. Qdo estava voltando da delegacia, um cara bonitão passou "encarando" e eu, depois de alguns instantes fingi que estava falando ao celular (peguei outro na empresa), parei e olhei. Ele voltou, ficamos mais de uma hora andando e conversando e depois fomos parar no hall do ap dele. rs

Interessante como isso acontece e parece que já é predeterminado que seja "apenas isso"... :(

Abs a todos!

T Jok disse...

Comigo ja aconteceu tbm!!
UAHUAHUHAUHAUHAUHAUHAH
Uma das vezes foi quando, conheci o meu namorado. Ele tinha brigado com a namorada, eu com a minha e acabou que nos pegamos e elas duas conversando sobre as discussões. HAHAHAH

A outra vez foi com um PROFESSOR de calculo na faculdade(acho que foi por isso que passei)

RP, Chris, estamos na mesma canoa uahuahuhaauhauha

Carnaval Rio de Janeiro?? quem vai?


Chris, seu fedepe. Cadê vc?
Quando virás para tomarmos a gelada??

Amanzzo disse...

Poxa estas coisas não acontecem comigo.

Ragazzo eu teria voltado ao prédio com a desculpa de devolver o dinheiro.

Abraços

Tobias Fünke disse...

Pois é, Amanzzo, comigo também não acontecem.
Acho que preciso dar mais abertura... nessa neura de não querer que ninguém saiba de mim, acabo ficando muito na defensiva, principalmente se o cara não dá pinta...

Tobias Fünke disse...

T Jok,
Se rolar um encontro de frequentadores desse blog no Rio eu fecho!

Anônimo disse...

Chorei na parte "nunca mais o vi".
Já aconteceu algo semelhante comigo também. E é melhor não reencontrar a pessoa, é isso que torna inesquecível; o segundo encontro sempre é broxante.

Amanzzo disse...

Sei exatamente o que é isso Tobias, mas tenho medo de dar abertura e me arrepender depois, quebrar a cara, ou que muitos fiquem sabendo,pois da ultima vez que me abri não deu nada certo.

Abraços

CARA DO ES. disse...

ACHEI
FICTÍCIO...

Unknown disse...

Uma vez estava guardando o carro e um gato ficou me encarando,eu não acreditava pois ele era um Deus,dei meu cartão e não é q ele ligou,marcamos um encontro no meu trampo e rolou uma pegação forte.Na 2ºvez dei p/ ele e o cara ligou algumas vezes mas era casado e acabou esfriando.tenho altas historias.

Luciano disse...

Adoro quando essas mulheres chatas e paranóicas, que brigam por qualquer besteira têm seus namorados e maridos se pegando com outro macho. Elas brigam por qualquer futilidade, então bem-feito pra elas pelas futilidades pelas quais elas brigam não chegarem nem perto da "gravidade" da situação.

Alef disse...

Há males que vem para o bem... Pena que a memória ás vezes falha... rs!

T Jok disse...

pois eh..ha bares que tambem vem para o bem
uahuhahauhaua

Unknown disse...

oi ragazzo!
tava pensando se tu poderia me dar umas dicas sobre como escrever. Não to gostando do jeito que eu escrevo.
Queria umas dicas tuas.
Abraço!