domingo, 18 de abril de 2010

Sensações

E nesse fim-de-semana fui na "festa hétero mais gay que existe" [palavras de meu amigo RP]. Quarenta mil pessoas sob muita iluminação e som eletrônico contagiante, que invade mesmo a mim, fã de um bom e velho rock. A ideia era chegar lá e deixar rolar. Realmente, não tinha como negar que nunca havia visto tamanha concentração de pessoas bonitas na mesma festa. Garotas de sorriso cândido e ar de malícia, homens fortes com barba por fazer e estrutura de esportistas.

Contexto perfeito para uma grande noitada se não fosse uma ligação dois dias antes. Ex-namorada no telefone:

- Ragazzo! Quanto tempo! Como que você vem para a cidade e não me avisa?

- Viagem corrida. Tenho que resolver algumas coisas. Não avisei ninguém. Minha mãe mesmo só ficou sabendo faz 10 minutos. Aliás, como você descobriu que eu tava aqui?[Achei estranho ela saber da minha viagem. Havia feito de tudo para uma passagem anônima pela cidade]

- Tenho meus informantes e dessa vez você não tem desculpa. A gente vai sair nesse fim-de-semana.

- Uma pena, mas já tenho planos. Vou a uma festa.

E na hora quase caiu o telefone da minha mão quando ela disse que iria à mesma festa.

Tudo esquematizado na cabeça. Pretendia dar um oi na festa e logo em seguida dar um perdido nela ou fingir que não a encontrava, mas aconteceu o oposto. Me deu muita vontade de vê-la. E lá fui eu, no meio de caras de tirar o ar, encontrar rastros do passado. E esse encontro, que começou com abraços, continuou com beijos durante quase toda a festa.

Em volta, nos momentos em que ficava sozinho, cruzava olhares com homens que pareciam esculpidos. Muitos deles retribuiam minhas investidas visuais com um sorriso de canto de boca seguido de um aceno de cabeça à moda de um convite. Mas... eu estava acompanhado.

Demorou para cair a ficha do que estava acontecendo. Com ela, eu tinha um carinho de mais de uma década. Queria intimidade naquela noite. Com qualquer outra pessoa, teria que começar esse percurso do zero e isso cansa. Por outro lado, sabia que não era nos braços dela que eu deveria ficar. E antes que eu jogasse mais areia nessa ferida, me despedi.

Ainda deu tempo de ver a Srta. I, que me mandava broncas por sms pela minha recaída e, mais tarde, coincidentemente encontrei um cara que eu tinha saído no reveillon do ano passado no Rio de Janeiro. Bom papo, clima esquentando, mãos se tocando displicentemente, fala com bocas próximas, uma tentativa de beijo, que recusei. Não queria beijos pontuais naquela noite.

13 comentários:

GALEGO disse...

(run), pode me incluir na lista dos desavisados tmb :@
quer dizer, tmb tive um informante, mas nao tão breve[acho q foi complô].
pelo jeito vc tava querendo dar migué em todo mundo.....rsrsrs
Ragazzo, "Garotas de sorriso cândido e ar de malícia, homens fortes com barba por fazer e estrutura de esportistas".
caramba! E só agora q eu fico sabendo disso??? me avise na próxima o caminho do paraíso...hehehe
sem contar o "festa hétero mais gay que existe" é de uma desculpa dessa q eu preciso......

abraço

[Q bom q voltou a escrever].

Paulistano disse...

Surpreendeu.
Mas ainda não consigo acreditar que você não acabou a noite com o carioca... tsc, tsc, tsc.
Esperava mais.

Un ragazzo disse...

Ae Galego, sabe que o fato de ser uma festa hétero piora um bocado as coisas? É um constante pisar de ovos. Você nunca sabe quando vai ter alguém por perto que te conhece e que não curte. Aí o lance é ter um cuidado redobrado para flertar.

Paulistano, aí que está. No dia eu poderia ter acabado a noite com o cara, mas seria só isso. Pontual, talvez superficial. Não que isso não seja bom de vez em quando, mas naquela noite não seria.

Abraço!

Anônimo disse...

Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será.

:)

Un ragazzo disse...

Gostei da leveza do poema, Anônimo. Balanceou bem o peso do pensamento... hehe
Seja bem-vindo! Se assinar com um nick, mais legal, pois daí eu começo a conhecer um pouco mais de vc por aqui tb.

Abraço!

Leon disse...

Olha, não é cliche
mas sempre li seu blog, desde o inicio!!
Não é nenhum elogio novo que "nosso" Ragazzo escreve muito bem.
Então, é engraçado como nós leitores, nos sentimos tão próximos de suas histórias, a impressão (que chega a ser uma sensação) é que suas noitadas são NOSSAS noitadas! Apesar de ter 18 anos e ter pouquíssimas experiências.
Enfim, quero te dar os parabéns, e espero que continue postando.É uma coisa que faz tão bem... uahsuhsauh

Abraços, estarei sempre por aqui agora.

anon disse...

Oh, but that's very charming of you, sir!

Eu acho que leveza descreve bem o poema e levar as coisas com leveza é sempre bom, não? Principalmente quando as coisas andam tão pesadas, haha :)

De qualquer modo, eu não assinei porque eu nunca tenho nada de muito inteligente ou profundo a dizer. Geralmente só leio mesmo. Mas valeu por responder. Eu gosto de ler as coisas que você escreve.

:*

Spark disse...

tive de ameaçar prender...

T Jok disse...

Me pergunto por onde este Ragazzo tão mundano esteve esse tempo todo a ponto de não conhecer essa "festa hétero mais gay que existe". rsrs

RP disse...

EU falei!!! Te avisei que só podia dar confusão td isso... rs
Eu não fui, to dodói, meu boy foi sozinho :(

Aparece no msn e falamos mais...

Vc ta bem?

yohano disse...

Cara que massa encontrar vc aki dinovo, to super Feliz, tava aki esperando vc volta, que legal vc volto!!! Curto d+++ tudo que vc escreve, suas postagens me fazem refletir muito...
Ragazzo muito bom sabe que vc voltou.

Anônimo disse...

Não sei se é uma volta definitiva, mas vou aproveitar enquanto durar. Seja bem vindo novamente ao seu espaço. Veja que o pessoal não arredou o pé, na esperança de voltar a ter a possibilidade de "dar uma espiadinha" na vida desse Ragazzo cativante.

Abraços,
Liberal.

Anônimo disse...

Essa festa deveria ter "descido redondo". Uma pena, mesmmo assim fiquei com inveja: Não fui. Não vou assinar hehe.